A Operação Lava Jato, da Polícia Federal, expandiu o seu campo de investigação. Agora, a energia nuclear está envolvida no maior esquema de corrupção que o Brasil já assistiu. As mesmas empreiteiras acusadas de integrar o esquema de corrupção nas obras da Petrobras também estariam envolvidas em esquemas de corrupção nas obras de Angra 3, usina de energia nuclear que nunca é concluída.
Os tentáculos da corrupção estão em todos os setores que envolvem o Poder Público. O Ministério Público afirma ter mais cinco acordos de delação premiada, o que significa que mais nomes surgirão no noticiário. Parece que o poço não tem fim, ou quando se chega ao fim as pás começam a cavar e o fundo do poço avança, para baixo.
Se já não bastassem as notícias que deixam os brasileiros e o mundo estarrecidos com o grau de corrupção que envolvem as estatais, ainda convivemos com uma inflação crescente, com a taxa de juros que continua subindo, com rebaixamento de nossa nota pelas agências de risco, com o aumento crescente do desemprego, com a queda da renda de quem continua empregado, redução da atividade econômica e alta do dólar.
A recessão já está instalada e a previsão é de que não vá embora tão cedo. A dívida pública brasileira continua crescendo e as reformas fiscais propostas pelo governo não são aprovadas. O Congresso Nacional e o Executivo, embora sejam aliados formais, não se entendem e se enfrentam publicamente.
O impedimento da presidente da República entrou na pauta política e já é aventado como uma solução para crise. Há quem já trate o vice como virtual presidente.
A verdade da corrupção é revelada e dia após dia é ampliada, mas não se sabe qual o seu alcance e quem os seus tentáculos ainda seguram. Em agosto novas manifestações populares estão agendadas.
O Brasil precisa mudar o rumo, rápido. Mas para isso precisa cortar os tentáculos da corrupção, com a melhor ferramenta disponível, o voto, se o País conseguir esperar até as próximas eleições.