Com a profunda crise que passa nosso País, milhares de brasileiros perderam seus empregos nos últimos meses, o que reativa um dos maiores desejos de grande parte da população: abrir o próprio negócio e se livrar do "status assalariado". Afinal, nada como aproveitar uma tempestade dessas para pensar em mudar de vida e vislumbrar uma oportunidade de crescimento. Certo? Infelizmente, nem tanto.
Há 15 anos, a palavra empreendedorismo não estava nem no nosso dicionário. Hoje, deixou de ser uma novidade. Mas, num País voltado à economia doméstica, com barreiras ao comércio internacional e poucos incentivos à inovação, fica difícil pensar em empreender. Não há Sebrae que salve.
Temos a cultura de relacionar a palavra inovação como genialidade ou algo quase involuntário, mas não é. Sem incentivo econômico não haverá inovação, competição e empreendedor. É a competição, que surge por meio de incentivo, que traz a inovação e crescimento, como meio do empreendedor se destacar em relação à concorrência.
Há quem diga que o empreendedor brasileiro pensa pequeno. Não é verdade. O brasileiro é um povo criativo, muito mais que a maioria. É o nosso ambiente econômico que não incentiva a inovação.
Outro problema de quem pensa em empreender, principalmente em São Paulo, é a burocracia. Muitas vezes, o paulistano tem que esperar mais de 4 meses para obter o registro completo para conseguir abrir uma empresa. Passando essa fase, ele vai precisar lidar com os altos impostos. Isso já sabendo que poucas empresas brasileiras conseguem crescer. Um exemplo são os números divulgados recentemente: O Brasil tem mais de 4,5 milhões empresas, mas apenas 34.000 (ou 0,7% do total) crescem mais de 20% ao ano, por pelo menos três anos.
Tudo isso assusta um potencial empreendedor brasileiro e o "força" a permanecer cabisbaixo e sem perspectiva de crescimento.
No Brasil é assim. Ao invés de haver incentivo ao crescimento de uma empresa, o que faz com que o País cresça junto, o recado é. "Não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar".