Na semana passada foi divulgado mais um levantamento trazendo informações sobre a relação entre os brasileiros e boa parte de nossas instituições. A pesquisa da Confederação Nacional de Transporte (CNT), em parceria com o instituto MDA, demonstra de forma muito clara a baixa credibilidade exibida por importantes instituições.
De acordo com o estudo, a instituição apontada como a mais confiável pelo brasileiro é a Igreja. Mais da metade da população (53,5%) manifestou tal opinião. Depois da Igreja, as instituições indicadas como mais confiáveis foram as Forças Armadas e a Justiça apresentando 15,5% e 10,1% respectivamente, resultados bem mais modesto do que aquele alcançado pela primeira.
Depois vem a Polícia apontada como mais confiável por apenas 5% dos entrevistados e a Imprensa com 4,8%. Esses dois resultados são muito preocupantes. Confiamos muito pouco em quem deve nos dar proteção e em quem nos informa cotidianamente.
Muito grave também é a situação exibida por instituições que são indispensáveis ao processo democrático. O Governo com 1,1%, o Congresso Nacional com 0,8% e os Partidos Políticos com 0,1% vivem uma série crise de desconfiança. É certo que o cenário atual contribui e muito para isso. O ambiente de crise econômica, mais a crise política e as investigações da Lava Jato fragilizam ainda mais essas instituições.
Mas não é apenas isso que corrói a credibilidade das instituições políticas. O longo histórico de ausência das reformas necessárias e os seguidos casos de corrupção (tanto os investigados quanto os não investigados) envolvendo seus membros são determinantes para a criação de um ambiente hostil aos seus protagonistas.
A boa notícia é que toda crise se constitui em terreno fértil para a criatividade, pois mobiliza as pessoas em torno de sua superação. Vamos torcer e agir para que isso se confirme.