A partir da próxima semana, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai passar a receber amostras e fazer testes rápidos de detecção do zika vírus. Em entrevista à Agência Brasil, Clarice Arns, professora do Instituto de Biologia e coordenadora da na força-tarefa criada entre laboratórios e as três universidades paulistas para estudar o vírus, disse ontem que o teste fica pronto em torno de cinco ou seis horas, mas ele só detecta o vírus ativo, ou seja, quando ele está no organismo e a pessoa já apresenta os sintomas da doença.
"Esse é um teste em que vamos detectar o vírus ativo ou se ele está no organismo da pessoa. Só é possível detectar, ou as chances são maiores, quando o paciente está na fase aguda da enfermidade, ou seja, quando ele está com os sinais ou sintomas clínicos. O médico então irá avaliar e remeter a amostra para a gente."
As amostras para o teste são coletadas a partir da saliva, urina ou sangue do paciente e podem detectar, além do vírus zika, também a dengue e o chikungunya. O Hospital das Clínicas da Unicamp será um dos órgãos que fará a triagem e irá encaminhar as amostras para serem analisadas pelos pesquisadores da Unicamp. "O vírus tem que estar no organismo do paciente. Se já passou a fase aguda da doença, o vírus não está mais no organismo. Depois que o vírus não está mais no organismo, temos um teste chamado sorologia, mas que não é um teste muito específico, porque ele cruza muito com o vírus da dengue e aí não temos certeza se o paciente teve contato com zika ou dengue. Já esse teste não. É um teste específico em que poderemos determinar se o paciente está infectado com zika, dengue ou chikungunya ou com os três", disse Clarice. (A.B.)