O que mais será preciso para que as cidades da região que sofreram prejuízos na infraestrutura viária por causa da construção do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas (SP-21) consigam ser ouvidas pela Concessionária SPMar, responsável pelas obras, e também pela Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), a quem é atribuída a responsabilidade de cobrar, notificar e multar acerca de irregularidades, atrasos e problemas?
Os presidentes de Legislativo tornaram este o assunto principal da 4ª reunião ordinária da Câmara Técnica Legislativa do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) anteontem. Eles querem que o conselho de prefeitos convoque os representantes da SPMar e da Artesp para que participem de seu próximo encontro, prestem esclarecimentos sobre a situação e expliquem porque não houve andamento concreto dos reparos dos estragos registrados em ruas e avenidas de cidades da região cortadas pelo anel viário.
No mês passado, na mesma semana do início da cobrança de pedágio no Trecho Leste, alguns serviços teriam começado, mais especificamente na avenida Brasil, divisa de Suzano com Poá, sob o viaduto do Rodoanel. Aparentemente, as calçadas estavam sendo refeitas, muito embora os problemas por ali fossem outros também, como buracos, paralelepípedos virados e restos de construção abandonados em um canteiro que outrora fora uma pista. No entanto, desde então, pouco se viu avançar, seja naquela parte, seja em outras onde os estragos são gritantes. Não apenas nessas duas cidades, mas também em Itaquaquecetuba e Arujá.
Os membros da Câmara Técnica Legislativa já haviam se manifestado de forma crítica ao pouco caso que a SPMar tem demonstrado e à vista grossa praticada pelo governo do Estado, na figura da Artesp. Sempre quando questionada, a concessionária informava que, após a conclusão total da obra do Trecho Leste, faria um levantamento para saber que tipo de intervenções e reparos seriam necessários realizar. A agência, por outro lado, garantia que estava cobrando uma ação obrigatória por parte da SPMar.
Parece que nem uma coisa nem outra estão acontecendo. Um serviço de reposição de calçamento público pode ter sido iniciado, porém não teve prosseguimento e ninguém sabe qual o cronograma de ações - se é que realmente há algum - e quais serviços serão realizados. O que se espera é que o Condemat tenha uma postura firme para que o assunto não seja esquecido e cobre daqueles que têm um dever a desempenhar.