A capital da Índia voltou, nesta segunda-feira (18), a fechar escolas e fábricas e proibir a entrada de caminhões não essenciais, depois da poluição atmosférica em Nova Delhi ter atingido o pior nível deste inverno. As aulas para todos os anos, exceto o 10º e o 12º, serão dadas online, e nenhum caminhão poderá entrar na cidade, exceto aqueles que transportam artigos essenciais. Alguns veículos mais antigos foram proibidos na capital. As autoridades de Nova Delhi recomendaram às crianças, aos idosos e a outras pessoas com doenças crônicas ou problemas respiratórios que evitem sair de casa.  Os moradores da capital acordaram hoje com fumaça espessa e tóxica a cobrir a cidade de cerca de 33 milhões de habitantes, à medida que a qualidade do ar se torna cada vez mais perigosa. A poluição atmosférica atingiu a categoria grave, de acordo com a principal agência ambiental da Índia, que mede pequenas partículas no ar que podem penetrar profundamente nos pulmões. A fumaça reduziu a visibilidade a apenas 150 metros do Aeroporto Internacional Indira Gandhi, que serve à capital, provocando o cancelamento de voos e atrasos nas estações ferroviárias. Em várias áreas de Nova Delhi, os níveis de poluição foram mais de 50 vezes superiores ao limite de segurança recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com as previsões, a má qualidade do ar deverá continuar durante a semana. Todos os anos, no início do inverno, a capital indiana fica envolta em espesso nevoeiro formado pelas emissões industriais e do tráfego rodoviário, bem como pela fumaça das queimadas agrícolas sazonais. As autoridades estimam que quase 38% da poluição registrada em Nova Deli este ano provêm da queima de resíduos ou de incêndios agrícolas em estados vizinhos como Punjab e Haryana. As ações das autoridades indianas para reduzir a poluição têm sido em vão. “Ainda não conseguimos dar resposta à emergência”, disse à agência de notícias France-Presse Sunil Dahiya, da organização não governamental Envirocatalysts. “Uma vez que ainda não conseguimos alterar as nossas práticas em termos de transportes, produção de eletricidade ou gestão de resíduos, mesmo as emissões limitadas continuam a ser muito elevadas”, acrescentou. De acordo com a OMS, a poluição atmosférica pode provocar doenças cardiovasculares e respiratórias, bem como câncer de pulmão. O nevoeiro de poluição, conhecido por "smog", é responsável por milhares de mortes prematuras todos os anos, registradas em numerosos trabalhos científicos. Um estudo publicado em junho concluiu que a poluição atmosférica era responsável por 11,5% das mortes em Nova Delhi, ou seja, 12 mil mortes por ano. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Brasil precisa avançar na proteção à saúde em casos de poluição do ar Estudo mostra que mancha de poluição no Tietê aumentou 29%