Apesar de colecionar algumas heroínas no currículo - como a Zuca, de "Cabocla"; a Rosinha, de "Paraíso", e a Malvina, de "Gabriela" -, Vanessa Giácomo consegue subverter completamente a imagem de "donzela em perigo". Em cena, Vanessa cresce. E, na pele de Tóia, protagonista de "A Regra do Jogo", imprime uma força que, de cara, distancia a personagem de qualquer apatia e fragilidade, muitas vezes comuns ao posto. "Tóia é uma mulher contemporânea, não é uma mocinha que escuta as coisas e fica quieta. Ela briga pelo que acredita, mas também tem uma leveza", explica.
Natural de Volta Redonda, interior do Rio de Janeiro, Vanessa se mudou para a capital do Estado aos 18 anos, decidida a investir na carreira de atriz que havia iniciado amadoramente em sua cidade. Após pequenas participações em produções da Globo, foi convidada pelo diretor Ricardo Waddington a fazer um teste para interpretar Zuca, em "Cabocla", trama de Benedito Ruy Barbosa, papel que havia sido defendido por Gloria Pires na primeira versão da novela.
Desde então, ela construiu uma trajetória sólida na emissora e acumulou trabalhos em produções como "Sinhá Moça", de 2006, "Morde & Assopra", de 2011, e "Amor à Vida", de 2013, dentre outras. Para ela, chega a ser uma diversão interpretar os diferentes papéis que surgiram ao longo desse período. Apesar de ter estreado nas novelas como protagonista, Vanessa enxerga um crescimento gradual em sua trajetória. "Começar com um papel de destaque é difícil. Mas é mais fácil do que conseguir manter uma qualidade nos trabalhos que coloque você em um lugar bacana", avalia.
Depois de se acostumar a interpretar boas moças, a atriz teve a oportunidade de encarnar uma grande vilã. Em "Amor à Vida", de 2013, Vanessa viveu Aline, que, aos poucos, foi se revelando uma megera na história de Walcyr Carrasco. "Por ser uma novela das nove, foi bem marcante para mim", recorda ela, que ainda não havia experimentado o horário mais nobre de novelas da Globo. "Acho que um personagem emenda no outro, você vai ganhando credibilidade. Mas a Aline foi um divisor de águas", assume. ("A Regra do Jogo", Globo. De segunda-feira a sábado, às 21h20).