Uma disputa comercial pode ser o motivo de um crime cometido dia 2 deste mês na rua Líbero Badaró, no Pequeno Coração, em Itaquá. A vítima, o serralheiro Sidney Amaral Torres, de 38 anos, foi morto na frente de casa com cerca de 11 tiros, disparados por dois homens, enquanto conversava encostado a um carro com a esposa de 34 anos e dois dos três filhos do casal, um menino de 10 anos e uma menina de 6. Um vizinho, Delvair de Souza Alves, de 35 anos, e um casal de ex-patrões da mulher da vítima, foram presos ontem de manhã, com mandados de prisão temporária de 30 dias, suspeitos de envolvimento no caso. Um quarto homem, que teria participado da execução, viajou para a Bahia.
Ontem, o delegado Eduardo Boigues Queroz, titular do Setor de Homicídios (SH) , concedeu entrevista coletiva, onde explicou detalhes do crime. Segundo ele, a esposa do serralheiro trabalhou por quatro anos em uma tapeçaria, a cerca de 70 metros da residência dela, e resolveu abrir um negócio próprio no mesmo segmento Como o marido era serralheiro, ele mesmo fez as máquinas de tear, que fabricavam tapetes de tiras, e a pequena fábrica logo começou a prosperar, possibilitando à família comprar um carro. O casal de ex-patrões, segundo ela, teriam ficado irritados com a "concorrência" e passaram a ameaçá-la. "Um amigo deles, o Delvair, que morava na casa alugada da minha ex-patroa e era nosso vizinho, tomou as dores deles e passou a implicar com o meu marido. Chegamos a registra BO de ameaça e nossa vida virou um inferno. Até que resolvemos parar o serviço em janeiro e aí reinou a paz", descreveu a esposa da vítima.
O serralheiro foi trabalhar em uma empresa de fora e a mulher ficou desempregada. Alguns meses depois ela reativou o pequeno negócio e os problemas recomeçaram. "Com menos de um mês que voltei, na data dos fatos chegaram o Delvair e o outro e atiraram contra o meu marido, na frente dos nossos dois filhos. No dia do velório, um deles ainda lançou olhar ameaçador ao nosso filho de 16 anos. Não tenho dúvidas de quem cometeu essa barbaridade", Para ela, restou apenas a lembrança do companheiro de 18 anos, que não fumava, não bebia, não frequentava bares e que cuidava da família. "Meus filhos ficaram traumatizados e eu tive que sair de lá. Hoje vivo escondida. Jamais vou esquecer daquele dia", finalizou.