O Brasil tem enfrentado dias seguidos com péssima qualidade do ar. São Paulo, capital bandeirante, por exemplo, chegou a constar em ranking recente como a mais poluída do mundo. O excesso de veículos no trânsito, as atividades industriais e as queimadas são as principais fontes emissoras de agentes poluentes na atmosfera. Quem sofre com problemas respiratórios vê a condição piorar. Mas não é só este o efeito nocivo da poluição. Embora pouco seja divulgado, a saturação atmosférica também afeta a saúde da pele e dos cabelos.

Poucos sabem, mas o couro cabeludo é diretamente impactado pelo ar poluído. Ocorre um desequilíbrio do microbioma e, como consequência, a proliferação de microorganismos prejudiciais à saúde capilar, além de inflamação local. Assim, doenças do couro cabeludo podem ser exacerbadas e o ciclo capilar fica prejudicado.

Outra consequência é o surgimento de possível dermatite de contato por sensibilização, em razão das partículas de poluição, que, dessa forma, tornam o couro mais sensível e irritado.

Pesquisas científicas apontam que as toxinas encontradas no ar poluído e na fumaça do cigarro podem fazer com que o cabelo tenha lentidão no crescimento. Isso porque há um bloqueio, por força dessas substâncias, das proteínas que produzem os fios. Resultado: estresse oxidativo, com o acúmulo de radicais livres, e dano celular. A fibra capilar, então, também é lesionada e torna-se quebradiça, frágil e sem brilho.

Para que se possa atenuar os efeitos nocivos da poluição na saúde capilar, é recomendável que se faça uma boa higiene dos fios, com maior periodicidade, e com o uso de produtos adequados, que limpem e protejam o couro cabeludo - sempre com indicação de um especialista.

E, não menos importante: a qualquer sinal de sensibilidade ou irritação no couro cabeludo, procure auxílio especializado. Não espere que o pior aconteça!

* Dra. Thálita Rodrigues Eufemia (dermathalita@hotmail.com) é médica e tricologista, com certificação pela International Association of Trichologists (Sidney - Austrália); doutoranda em Ciências Biomédicas; e diretora da JM Renaissance.