Muitos casos surgem no dia a dia do consultório referido de hérnia de disco e em alguns casos com esse nome “extrusa”, mas afinal o que é isso? É uma condição em que o núcleo interno gelatinoso de um disco intervertebral, estrutura localizada entre as vértebras da coluna vertebral, é projetado além da camada externa do disco por conta de um defeito no anel fibroso. A doença pode ser dolorosa para o paciente acometido e, em casos mais avançados, afetar a qualidade de vida dele, mas muitos infelizmente procuram caminhos aparentemente mais curtos para solucionar esses desconfortos e outros métodos já agressivos de forma imediata para “arrancar com as mãos”, como muitos dizem e permitem fazer cirurgias acreditando na solução mais eficaz, mas nem sempre é o melhor caminho. 

Existem outra condição da hérnia de disco a qual é chamada de protusa, o material do disco intervertebral se desloca para fora, mas a parede externa do disco (ânulo fibroso) permanece intacta. Sendo assim, o material do disco se projeta para além de sua posição normal, mas segue dentro da parede do disco, diferente da hérnia de disco extrusa a qual ocorre uma ruptura no anel fibroso, o que permite que o material do disco se desloque para fora e entre em contato com os tecidos ao redor, como os nervos da coluna vertebral, porém ambos os tipos de hérnia de disco podem causar sintomas semelhantes, dependendo da localização da hérnia e se está pressionando alguma estrutura nervosa.

Mesmo com o passar dos anos e a degeneração natural dos discos, existem outros fatores de risco que podem impactar no surgimento da hérnia de disco como por exemplo, trauma e lesões na coluna, esforços excessivos, atividades que envolvam carregamento de peso sem os cuidados preconizados pela biomecânica, doenças de coluna, obesidade, movimentos feitos de forma incorreta, fatores genéticos, trabalhos que exigem permanecer muito tempo na mesma posição, sentado ou em pé.

Os sintomas da hérnia de disco são dor na área afetada pela hérnia de disco, que pode irradiar pelos membros, como pernas, braços, costas, formigamento e dormência, ou a perda da sensibilidade, fraqueza muscular em partes do corpo afetados pela articulação nervosa, dificuldade em remanejar objetos ou praticar atividades, antes realizados sem dificuldades, rigidez dos músculos. O diagnóstico correto da hérnia de disco é essencial para que o paciente inicie o tratamento adequado e consiga evitar o avanço da condição. Importante sempre salientar que se puder evitar procedimentos invasivos será um boa opção, afinal quando se sabe que no mundo da fisioterapia existem profissionais competentes com métodos eficazes e conhecimento aguçado da biomecânica e fisiologia humana, esse pode ser um caminho mais longo de tratamento, porém mais duradouro na em qualidade de vida humana.


Dr. Luiz Felipe Da Guarda é fisioterapeuta e Diretor Científico da Associação Brasileira de Perícias Fisioterapêuticas - ABRAPEFI - @abrapefi