Não é de hoje que a relação entre a Santa Casa de Mogi das Cruzes e o Poder Público da cidade está estremecida e enfrenta muitos debates. Ao longo de 2023, por exemplo, a entidade ameaçou por mais de uma vez encerrar o convênio com o Executivo para manter o funcionamento do Pronto Socorro Municipal.

Entre as alegações estavam questões financeiras e o desejo em investir em novas áreas. Após muita negociação, pedidos por parte da Prefeitura de Mogi e até uma pressão do governo estadual, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, a Mesa Diretiva voltou atrás e decidiu prorrogar o contrato por mais seis meses. Neste ano, inclusive, foi acertada mais uma prorrogação, jogando o problema para a gestão em 2025, seja ela nova ou não.

Nesta semana, após críticas feitas pelo vereador José Luiz Furtado (PL), a direção da Santa Casa decidiu se manifestar por meio de uma carta de repúdio, onde, de forma até educada, afirma que o parlamentar mentiu e demonstra completo desconhecimento em relação a atuação do hospital.

As críticas em relação aos serviços da Santa Casa sempre existiram no Legislativo, mas informações que não condizem com a verdade não foram toleradas neste caso, o que gerou um certo desconforto entre as duas instituições. A entidade, inclusive, afirmou que aguarda uma retratação por parte do vereador, que tem adotado uma postura mais dura em 2024 em relação a alguns assuntos, entre eles a gestão do prefeito Caio Cunha (Podemos).

Em ano eleitoral, os questionamentos ganham força, se potencializam. As questões políticas, muitas vezes, se confundem e permeiam o debate de ideias, levando assuntos para caminhos perigosos. 

É preciso encontrar um meio termo, estabelecer uma relação de respeito e verdade entre os poderes e serviços públicos. Todos estão a serviço e em prol do cidadão e precisam caminhar tendo como norte o bem-estar da população.

Os debates e críticas sempre vão existir, mas os mesmos precisam estar embasados e motivados por razões plausíveis e verídicas, ou nenhuma discussão fará sentido.