Você pode estar começando uma nova atividade física ou ser um corredor acostumado a percorrer longas distâncias, a verdade é que de um jeito ou de outro, estará suscetível a sentir o corpo dolorido após um treino dedicado na academia. A dor muscular de início tardio (DMTI), que sentimos de um a dois dias após o exercício, é comum e resultante do estresse a que submetemos os músculos durante o exercício. É normal que você sinta esse tipo de dor nas seguintes ocasiões: ao começar um exercício ou treino pela primeira vez; ao adicionar um novo exercício ao treino; ao aumentar a intensidade, carga ou repetições do exercício; ao treinar repetidamente sem o devido descanso. Conforme treinamos corretamente e respeitamos os períodos de descanso, o corpo vai se adaptando à rotina de exercícios, o que torna tudo muito mais fácil e prazeroso.

Para aliviar a dor, a primeira recomendação é respeitar o seu nível e a sua progressão individual. Em outras palavras, treine de acordo com o seu condicionamento físico e avance na modalidade esportiva aos poucos, sem apressar a sua evolução pessoal. Dessa forma, é possível treinar com segurança e menos desconforto muscular, além de afastar o risco de traumas mais graves, como uma contusão ou um estiramento.

Não se pode esquecer de respeitar o período de repouso entre os treinos, que pode variar de 24 a 48h. Neste período, as fibras musculares passarão por um processo de cicatrização, que não deve ter interrompido com mais esforço excessivo.  Técnicas de terapias manuais como a liberação miofascial, entre outras, também são positivas porque aumentam a circulação sanguínea nos músculos afetados, aliviando dores e inchaço. Outra dica é investir na recuperação ativa, ou seja, terminar o treino com exercícios leves e de baixa intensidade. Por fim, lembre-se que outros hábitos contribuem para uma boa recuperação muscular após o treino, como uma alimentação equilibrada e nutritiva, ingestão de água e alongamentos.

Resumindo, o desconforto é normal e faz parte da rotina de treinos. A dor é resultado de um processo de microlesões nos grupos musculares trabalhados devido ao alongamento das fibras musculares com o excesso de esforço, como correr por mais tempo ou levantar uma carga mais pesada na musculação. Parece sério, mas o nosso próprio organismo se encarrega de reparar as lesões e atenuar a inflamação na maioria das vezes. 

 

Dr. Luiz Felipe Da Guarda é fisioterapeuta e Diretor Científico da Associação Brasileira de Perícias Fisioterapêuticas - ABRAPEFI - @abrapefi