A saúde pública é um dos maiores desafios nas gestões municipais e estaduais. Dar conta de atender a população com qualidade é uma meta quase inatingível em algumas cidades brasileiras. As Santas Casas de Misericórdia possuem um papel importante dentro desse cenário, uma vez que colaboram com o atendimento pela rede municipal sem qualquer custo para os munícipes.

Apesar de se tratar de instituições muitas vezes centenárias, cujas atividades de origem eram filantrópicas e de caridade, as Santas Casas passaram a desempenhar o papel de prestadores de serviços remunerados pelo Estado e pelos municípios, mas essa parceria nem sempre rendeu o resultado esperado. 

A falta de recursos é uma queixa recorrente, bem como as reclamações por parte dos usuários que utilizam os serviços de saúde das Santa Casas. Com repasses estaduais insuficientes, alta demanda de pessoas em busca de atendimento e gestões duvidosas, os hospitais foram sobrevivendo nos últimos anos da forma que conseguiram. 

Em Suzano, por exemplo, devido a problemas de gestão e denúncias de irregularidades, a instituição está sobre intervenção da Prefeitura há 15 anos, mas esse cenário está muito próximo do fim, bem como a história da Santa Casa na cidade.

No próximo dia 15 de maio a intervenção chega ao fim e o prédio, bem como sua estrutura, será locado para a organização social Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), que foi escolhida por meio de um chamamento público após membros da Irmandade, também chamados de irmão, não demonstrarem interesse em reassumir o hospital.

Suzano deixará de contar com a sua Santa Casa. É fato que a cidade perde de toda forma com essa decisão da prefeitura, que, por sua vez, está sendo pressionada pelo Ministério Público a encerrar a intervenção.

O que se espera, a partir desse “novo hospital” que a cidade receberá, é que os atendimentos sejam de fato ampliados e a população ganhem com serviços mais eficientes e completos. É preciso ir adiante, melhorar, e nunca retroceder, especialmente quando se fala em saúde.