Um dos temas recorrentes em nosso dia a dia, infelizmente, é a violência, embora alguns números tenham apresentado uma redução, que nos traz otimismo, ainda são muitos os desafios. Destacamos hoje o grande número de casos de estupro contra vulneráveis, a maioria entre as ocorrências deste tipo de crime. E vulneráveis não são apenas menores de 14 anos, como também pessoas que não teriam discernimento sobre a prática do ato ou como se defender. 


É tão comum falarmos nas crianças e jovens como o futuro do país, mas que futuro estamos construindo, deixando para as próximas gerações, se não conseguimos oferecer a elas, seja qual for a situação financeira, à devida segurança? 


A violência sexual tem como autores, principalmente familiares e pessoas próximas, podendo atingir tanto quem vive uma situação de vulnerabilidade social como quem frequenta as melhores escolas. 


Assim como ocorre nas campanhas contra a violência contra a mulher, é preciso conscientizar os mais jovens sobre a violência que podem estar sofrendo no dia a dia, sobre os limites de intimidade que não podem ser ultrapassados, e também oferecer o acolhimento necessário para a denúncia. Esse tipo de violência vem acompanhada de ameaças, e a criança ou adolescente deve ter um porto seguro para contar sua história. 

A sociedade, assim como o poder público, tem um longo caminho pela frente, para evitarmos esse tipo de violência. Trabalhamos nas unidades escolares não apenas as mudanças de comportamento visíveis, mas a trajetória dos estudantes, quem sabe oferecendo oportunidades para o compartilhamento de experiências, com a orientação de profissionais habilitados. 


Claro que é um trabalho que não cabe apenas às escolas, mas elas são um bom ponto de partida. Também cabe às famílias não se contentar com a fuga para os celulares, onde também os perigos são constantes, e a violência vem encontrando novas formas de atingir os jovens. 


É preciso a atenção de todos, e uma verdadeira união de esforços para oferecermos o melhor para as futuras gerações.