Que a notícia da instalação de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga voltou assombrar o Alto Tietê não é novidade para ninguém, mas essa novela tem ganhado novos e preocupantes capítulos.

Enquanto o governo do Estado se mantém firme na decisão de instalar as cobranças nas duas estradas, apresentando pequenas mudanças no projeto que fazem pouca diferença e em nada justificam os pedágios, Mogi parece estar enfrentando esse momento de maneira diferente da primeira vez.

Há pouco mais de dois anos, quando a cobrança foi apresentada pela primeira vez, a cidade se uniu de diferentes formas para apresentar os prejuízos que a medida causaria. Políticos, população, entidades e associações trabalharam juntos e com sucesso. O projeto, naquele momento, foi arquivado.

Neste ano o cenário mudou. O Estado bate na tecla do pedágio e não pensa em voltar atrás. Já as partes que antes lutaram juntas, pelo menos algumas delas, agora atuam de forma isolada a partir de interesses que, ao que tudo indica, divergem.

No último dia 2, o secretário de Estado de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, e o prefeito Caio Cunha (Podemos) e o "Movimento Pedágio Não" se reuniram em duas situações distintas na cidade de Mogi, mas em nenhuma delas os vereadores foram convidados a participar. 

O Poder Legislativo, que representa a população que o elegeu e tem sua força política, não teve a oportunidade de engrossar o coro contra o pedágio. Tratam-se de vereadores eleitos pelo povo, autoridades na cidade, e isso não se tem como negar ou ignorar. Ainda que a articulação para a realização do encontro não tenha sido feita pelos parlamentares, eles deveriam ter sido convidados, especialmente pelo Executivo.

A falta de atenção rendeu uma moção de repúdio por parte da Câmara, que frisou os interesses políticos de um dos líderes do movimento e que hoje ocupa um cargo comissionado na atual gestão.

Não é hora de vaidade, de orgulho ou de fazer política em benefício próprio, mas sim de unir forças, já que a causa é muito maior qualquer coisa e pode mudar a vida de todos os mogianos.