Não foi com muita surpresa que centenas pais e alunos de Mogi das Cruzes receberam a notícia de que quatro escolas públicas deixarão de atender pela rede estadual. Até mesmo porque, nas últimas semanas, protestos foram realizados como forma de sensibilizar a Secretaria de Estado da Educação para que recuasse de sua estratégia de reorganizar unidades que pudesse culminar em fechamento.
E quando a informação foi confirmada anteontem, a indignação teve continuidade por parte dos envolvidos, mas também se juntou à preocupação sobre como a novidade se desenrolará a partir do próximo ano letivo. Embora vários estudantes já saibam para onde serão transferidos, ainda restam muitas dúvidas sobre o destino dos profissionais que atuam nas escolas que não terão mais aulas pela rede estadual.
Todas as informações referentes ao fim do atendimento em quatro unidades mogianas e às mudanças nas outras 33 unidades do Alto Tietê que passarão a atender alunos de apenas um ciclo, com foco em uma mesma faixa etária, serão passadas por meio de reuniões nas próprias escolas. Mas até lá já é possível ter acesso à situação de cada instituição no site www.inforeorganizacao.educacao.sp.gov.br.
O fim do atendimento pela rede estadual em Mogi ocorrerá nas Escolas Estaduais (EEs) Doutor Arlindo Aquino de Oliveira, na Vila Moraes; Professora Iracema Brasil de Siqueira, na Ponte Grande; Professora Sueli Oliveira Silva Martins, no Parque Morumbi; Professor Firmino Ladeira, Mogi Moderno. Com mais de 700 salas ociosas na cidade, segundo a Diretoria de Ensino, era inevitável que a medida fosse tomada. Mas a rotina e as caraterísticas de cada uma dessas escolas chegarão ao fim e terão de ser recriadas no novo ambiente escolar dos alunos afetados.
Pelo menos um ponto positivo já surge. Ontem, o prefeito Marco Bertaiolli (PSD) garantiu que os quatro prédios serão assumidos pelo município. Tanto que a prefeitura já realiza estudos para saber como serão melhor reaproveitados. "A cidade vai assumir, imediatamente, as quatro escolas e vamos implantar ensino fundamental, ensino infantil ou creche, de acordo com as necessidades. Nenhuma será fechada", afirmou.
A expectativa agora é se a administração municipal conseguirá colocar essas unidades para funcionar já no início de 2016 e também como será o processo de adaptação dos estudantes. É preciso que todos acompanhem de perto. E que o Estado continue sendo transparente e esteja atento aos problemas e às necessidades que surgirem.