O Projeto "Mãos de Ouro" da Universidade Aberta à Integração (Unai), que funciona no Centro Universitário Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, confeccionou uma árvore de Natal de crochê de quase quatro metros de altura. A instalação foi concluída na última semana no jardim do centro universitário. Também foram produzidas colchas para instituições que abrigam idosos na região e casaquinhos para bebês, que serão destinados à Santa Casa de Mogi das Cruzes.
A nova atração natalina preparada pelos alunos da Unai nasceu de uma ideia simples. Durante uma conversa entre a reitora, a professora Alice Hosken, e a diretora da Unai, Juraci Almeida, surgiu a proposta de criar uma árvore de Natal feita inteiramente de crochê feita pelas participantes do projeto “Mãos de Ouro”. Elas participam das atividades oferecidas na Unai, voltadas para pessoas com mais de 45 anos.
O centro universitário foi responsável pela estrutura metálica da árvore de quase três metros de diâmetro e quatro metros de altura, enquanto a Unai mobilizou o grupo para produzir os quadrados de crochê que revestem toda a estrutura. Após a instalação, os funcionários da faculdade ficaram responsáveis pela finalização, com as luzes e a estrela, que é o símbolo do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional, que está á frente da unidade.
Durante o processo, Juraci conta que o grupo teve que recorrer à Inteligência Artificial para saber a quantidade de quadrados de crochê que iriam utilizar, já que o que tinham inicialmente não foi o suficiente. No fim, foram feitos cerca de 900 quadrados.
‘Mãos de Ouro’
Há cerca de 20 anos, a Unai mantém oficinas de crochê e tricô, que, segundo Juraci, preservam técnicas tradicionais e canalizam o trabalho das alunas para ações solidárias por meio do projeto ‘Mãos de Ouro’. As colchas confeccionadas em crochê, que somam cerca de 50 por ano, são destinadas para instituições que abrigam pessoas idosas na região.
O grupo também produz casaquinhos em tricô para bebês de famílias de baixa renda, que nascem na Santa Casa. Juraci conta que a ideia dos casaquinhos surgiu em 2007, quando participava da Associação de Voluntários da Santa Casa de Mogi das Cruzes (AVOSC). Em visita à Santa Casa, ela percebeu que os enxovais produzidos por voluntárias não incluíam agasalhos para recém-nascidos. Hoje, o grupo produz cerca de 100 a 120 casaquinhos por ano.
O nome do grupo surgiu a partir de uma memória afetiva de Juraci. Ela conta que se encantava com uma coleção de revistas chamada “Mãos de Ouro”, dedicada ao artesanato. As participantes são alunas da Unai, e quem não sabe crochetar ou tricotar contribui com doações de lã. Uma novidade deste ano foi a introdução da técnica do amigurumi, que passou a fazer parte das oficinas no segundo semestre.
Para Juraci, mais do que peças artesanais, o grupo produz vínculos. Ela ressalta que as oficinas representam um momento de convivência entre mulheres, que ali compartilham conhecimento, conversas e apoio, e ainda a satisfação com o destino do trabalho. “Pensar que essa criança de baixa renda vai receber um casaquinho feito com tanto amor nos encanta. É vestir um bebê como um príncipe. E poder aquecer idosos com colchas feitas sem obrigação, mas por carinho, deixa todas muito contentes”, afirmou.
Apoio da comunidade
A comunidade pode apoiar os trabalhos do grupo, com doações de restos de lãs, ou lãs novas e também indicando locais para que os itens produzidos sejam doados. Mais informações podem ser obtidas no site: https://unaiubc.com.br/ ou pelo WhatsApp (11) 99887–5577.