No Dia da Indústria, comemorado neste sábado (25/05), as entidades que representam o setor em Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba destacam os motivos para comemorar a data e os desafios a serem superados. A expectativa de um crescimento tímido em torno de 2,5% torna o cenário mais otimista, mas pontos negativos como juros e cobrança de pedágio em estradas da região, ainda preocupam e dificultam a chegada de mais indústrias na região.

Com 45 empresas associadas, que juntas geram 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos, a Associação Gestora do Distrito Industrial do Taboão (Agestab) destaca que a instabilidade econômica do Brasil afeta diretamente a indústria. “Estamos na expectativa da reforma tributária. Esperamos que ela simplifique e, principalmente, não aumente a já elevada carga de impostos. Outro aspecto que faz com que as comemorações do Dia da Indústria sejam moderadas é a alta taxa de juros”, pontuou o presidente da associação, Osvaldo Baradel. 

Segundo ele, o Governo Federal precisa equacionar os gastos, fazer a reforma administrativa, “e diminuir a ânsia arrecadatória”. “É preciso promover políticas industriais consistentes e previsíveis, que incentivem investimentos de longo prazo e reduzam a insegurança para os empresários. A indústria precisa de mais atenção para retomar o ritmo pré-pandemia. Os insumos ficaram mais caros e mais escassos. Precisamos de acesso a linhas de crédito para investir em tecnologia, em inovação e na renovação e na modernização do nosso parque industrial. Neste cenário, poderíamos melhorar a competitividade da nossa indústria”, acrescentou

Taboão

Para o distrito do Taboão, a Agestab aguarda início da construção do acesso para a rodovia Ayrton Senna. A obra já foi aprovada e anunciada pelo governo estadual. A estrutura, segundo a associação, facilitará a chegada de novas empresas, bem como a geração de mais emprego, renda e impostos. “O Taboão necessita de investimentos em infraestrutura. Pavimentação de estradas, manutenção das vias e do sistema de iluminação, transporte público, segurança pública, água e esgoto, enfim, ações básicas. A indústria do Taboão também precisa de mão de obra qualificada e, para isso, é fundamental que haja investimentos em educação e programas de capacitação profissional”, finalizou.

Fempi

Em Itaquaquecetuba, a Frente Empresarial Pró-Itaquaquecetuba (Fempi) aguarda um crescimento de 2,5% no setor, por isso considera o ano de 2024 positivo, mas, de acordo com o presidente voluntário André Vieira Domeni, a união das empresas poderia permitir um avanço mais significativo. “Temos muito a comemorar, mas nossa região precisa pensar mais como um bloco, atuando, principalmente, na exportação, porque temos muito a ganhar com isso."

Pedágio

Mesmo sem data ainda para acontecer, a instalação de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga preocupa as duas entidades. Para a Fempi, a luta para a derrubar a cobrança foi perdida e foco agora será lutar para mitigar o valor e manter a região mais competitiva no mercado.

Com as indústrias do grupo ao lado da rodovia que será concedida, a Agestab teme que o Taboão seja isolado e sofra com o encarecimento da produção e o consequente desestímulo para a chegada de novos empreendimentos. “As indústrias, os trabalhadores do Taboão e a população de maneira geral serão prejudicados. A matéria-prima ficará mais cara. A contratação de mão obra passará a ser ainda mais difícil. O custo com transporte dos funcionários será ampliado”, detalhou, em nota.

O Ciesp, por sua vez, explicou que não se exime de discutir ou quando necessário, confrontar situações que impactam o setor. No caso da implantação do pedágio na rodovia Mogi-Dutra, a entidade destaca que acompanhou desde o início as discussões e "se colocou contrários à medida que trará sérios impactos para a região, no entanto, com o avanço do projeto, destacou que continuará acompanhando o processo e buscando soluções que gerem o menor reflexo possível para as indústrias."


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