Entre quadros, esculturas e instalações pelo seu ateliê no bairro do Botujuru, em Mogi das Cruzes, Maurício Chaer cria obras e se destaca como um dos principais nomes da arte no Alto Tietê. Assim, o novo documentário do diretor e roteirista Rodrigo Campos, “Arte InspirAção - Chaer: Pirata Contemporâneo”, visa retratar o processo criativo do artista, entrando em uma jornada que caminha entre o lúdico e as transformações da arte de vanguarda. Atualmente, o projeto financiado pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC) de Mogi está em fase de pós-produção, e deve ser lançado em março ou abril do próximo ano.

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 O média-metragem perpassa por todas as fases artísticas de Chaer, desde suas esculturas em cerâmica, ao lado de seu então mestre ceramista Akinori Nakatani, até chegar aos quadros e instalações feitas de galhos de mamona e esculturas de cimento. No entanto, o que traz vigor ao filme são as ideias e o processo criativo do artista, que são as verdadeiras matérias-primas de suas obras. É possível conferir o trailer pelo link: https://vimeo.com/894645689

“O Chaer traz muita pluralidade e diversidade para a arte contemporânea. Ele trabalha com muitos tipos de materiais e técnicas, além de fazer parte da vanguarda. Ele está sempre à frente de seu tempo e consegue trabalhar em cima das novas propostas da própria arte. Então falar do Chaer não é só um resgate biográfico, mas sobretudo uma aventura em seu processo criativo”, apontou Rodrigo. 

 Nesse sentido, Chaer se apresenta como um personagem singular, que abre as portas da percepção para visitar um novo universo. Como protagonista, ele consegue manifestar sua arte não somente pelos trabalhos que desenvolve, mas na forma de se relacionar com o mundo, de viver e de pensar.

Para isso, a própria linguagem do filme se adequa ao modo de ser do artista. Segundo o diretor, o documentário pretende ser mais orgânico, trazendo para a direção de fotografia uma proposta dinâmica, utilizando câmera na mão, ao passo que o texto constrói uma narrativa poética. “O Chaer não é um artista ‘quadrado', e por isso buscar uma construção orgânica e dinâmica para as filmagens foi essencial”, destacou. 

O filme ressalta ainda a natureza das obras do Chaer, que extrapolam as galerias de arte e se integram ao cotidiano das pessoas, estando presente em locais públicos; classificado como Arte Urbana. Dessa forma, o diretor se atentou em percorrer toda a cidade de Mogi e Suzano, trazendo novas perspectivas e o contexto para as obras instaladas nos respectivos municípios. 

“Ele tem obras que vão desde as regiões mais periféricas das cidades até outros locais considerados de elite. Vai da praça pública até os museus, como na Pinacoteca de Mogi ou no Museu de Arte de São Paulo (Masp). E nesse sentido é ótimo mostrar essa força que a arte do Chaer possui de transitar em vários lugares ao mesmo tempo, e para diferentes pessoas”, lembrou Rodrigo. 

Com isso, o documentário, por meio de pesquisa de arquivos históricos, reconstrói momentos emblemáticos da trajetória da arte na região, como, por exemplo, o envelopamento do Theatro Vasques em Mogi, feit em 2002, bem como de outras ações realizadas em anos anteriores.  

Para além do Alto Tietê, as gravações acompanharam ainda a visita do Chaer à 53ª Bienal de Arte de São Paulo, celebrado na capital, como um evento de grande peso simbólico que reúne as principais referências da arte no mundo, e revisita as discussões da vanguarda sobre as quais Chaer também está inserido.  

 

Produção 

Rodrigo destaca que o filme foi rodado com um baixíssimo orçamento e com uma equipa enxuta, visando viabilizar, no futuro, propostas de documentários com outras personalidades artísticas da região. Assim, após uma pesquisa prévia, foram cinco diárias de gravação, em que foi possível acompanhar a construção das obras, gravar entrevistas no ateliê e realizar as visitas externas. 

Além de Rodrigo, que também realizou a produção executiva do filme, fazem parte da película Geraldo Campos, na assistência de direção e dividindo o roteiro; Mayara Silva na produção; Adriano Lourijola na direção de fotografia; Guilherme Silva na fotografia still; Orlando Junior na captação de imagens aéreas com drone; música original de Rui Ponciano; e trilha sonora original de Felipe Mafra.   

  

Contrapartida 

“Arte InspirAção - Chaer: Pirata Contemporâneo”, é uma produção da Itapeti Filmes, financiada com recursos da LIC. Por meio da lei, o projeto recebe patrocínio da Quasar Transporte e Logística, Colégio Santa Mônica e da Província Carmelitana de Santo Elias. Assim que lançado, o filme deve circular, inicialmente, em Mogi e Região do Alto Tietê, com os locais específicos ainda a serem definidos, sempre acompanhado de debate com o artista e realizadores, além de arrecadação de alimentos para Instituição sem fins lucrativos do município.