A lei conhecida como "Parada Segura", em vigor desde 2015 em Mogi das Cruzes, ainda é desconhecida pela maioria das pessoas. Com ela, mulheres que utilizam ônibus coletivo após as 22 horas podem solicitar o desembarque fora de pontos regulamentares, oferecendo segurança a elas ao descer do transporte público em locais de risco. A norma é de autoria do vereador Antonio Lino da Silva (PSD), que na época era presidente do Legislativo do município.
A reportagem do Grupo Mogi News esteve nas ruas da cidade conversando com mulheres em pontos de ônibus na manhã de ontem. Muitas não sabiam da lei, já outras, tinham um conhecimento do que se tratava, mas nunca haviam solicitado a parada fora do ponto. "Nunca ouvi falar, mas agora que conheço essa lei vou pedir quando precisar. Tenho medo de descer em alguns lugares", disse a zeladora Penha da Conceição Rodrigues, de 56 anos.
Apesar de muitas mulheres ainda não conhecerem a lei, outras já tinham solicitado a parada. Entretanto, a operadora de caixa Jessica Alves, 22, relata que têm receio dos motoristas ficarem bravos. "Já aconteceu de eu pedir, mas falei com receio do motorista ficar bravo. Eles também têm medo, dizem que pode passar uma moto e acabar atropelando a gente". Mesmo assim, ela elogiou a iniciativa da Câmara de Mogi e disse que vai continuar solicitando a parada quando precisar. "Trabalhei quase dois anos em uma loja de conveniência e chegava no ponto à 00h30 para ir embora. Se tivesse alguém na rua, ficava com medo. Agora, se o motorista não quiser parar eu vou anotar o número do ônibus e o nome dele", concluiu.
Motoristas
A reportagem questionou a empresa CS Brasil, responsável por linhas de transporte pública na cidade. Em resposta, foi informado que todos os motoristas, desde o momento da contratação, são comunicados a respeito da lei "Parada Segura", sendo que diariamente a lei é repassada nos diálogos de segurança e todos os motoristas são orientados a prestar esse tipo de atendimento também aos idosos e portadores de necessidades especiais.
Para a segurança do passageiro, a empresa ressaltou que os profissionais são aconselhados antes de realizar a parada tanto para embarque ou desembarque fora do ponto, a checarem se o local oferece as condições ideais de segurança ao passageiro e ao ônibus. "Portanto, o ideal é que não parem em curvas, além de vias de tráfego rápido e contínuo, por exemplo". A reportagem também procurou a empresa Princesa do Norte, também responsável por algumas linhas da cidade, mas não teve retorno.