A sala do "seu" Waldemar, eterno prefeito mogiano, era decorada com frases que refletiam pensamentos populares.
Entre elas se sobressaia a que pregava que "No fim tudo vai dar certo. Se não deu é porque ainda não se chegou ao fim".
Espelhava o dito uma das tradições que identifica - ao lado do "jeitinho" - a sociedade brasileira, qual seja a de deixar tudo para a última hora.
Exemplos claros do que afirmo se vê na atualidade, quando catástrofes nos assolam, tudo à vista, inexplicavelmente, condescendente de nossa população.
Nesse sentido, a dengue, por anos a fios tem desafiado os órgãos da saúde, sem que, nem em teoria, os poderes constituídos tenham se preocupado com seu combate.
Evoluiu. Transformou-se em temível epidemia, quando o mosquito que a transmite deu razão a outros males, e, só agora - quase quando "se chegou ao fim" -, ações concretas estão sendo tomadas (e fica a dúvida, se elas vêm à luz por manifesta preocupação governamental, pelas Olimpíadas que se aproximam, ou porque o período eleitoral se avizinha!).
Também as tradicionais enchentes, depois de período de estiagem, mostram as caras trazendo todos os tipos de transtornos.
Igualmente, nesse caso, se clama a tempo incontável por soluções sem que absolutamente nada se faça. Quem sabe se entenda, outra vez, que "no fim tudo dará certo".
Fotografia do que se diz, os recentes aguaceiros que transformaram Mogi das Cruzes em caótica cidade, reflete a realidade que vivemos.
Não se ouve falar, no entanto, passado o instante, aqui ou acolá, em futuros projetos para o evito de iguais situações.
Ao contrário, a falta de planejamento parece ser palavra de ordem nos diversos governos que se instauram.
Outro dito popular aqui se aplica: "Passa-se a tranca somente após a porta arrombada"!
Frases de efeito, mesmo as folclóricas, servem apenas para ilustrar ou iludir.
O povo, verdadeiro dono do poder, merece mais respeito, e, em seu favor, a cidade precisa ser pensada.
Planejar antecipadamente é obrigação!