As contratações temporárias no comércio devem crescer neste fim de ano em relação ao ano passado no Alto Tietê, segundo entidades representativas do comércio. O Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio), a Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) e a Associação Comercial e Empresarial de Suzano (ACE), por outro lado, apontam dificuldades para encontrar profissionais qualificados. 

A perspectiva do Sincomércio é que sejam abertas neste fim de ano até 4 mil vagas temporárias na região. Apenas em Suzano, a ACE estima cerca de 1,3 mil contratações em Suzano, acima das 1,2 mil registradas em 2024, o que representa uma alta de 8,3%. 
 
 No âmbito regional, o presidente do Sincomércio, Valterli Martinez, afirma que as empresas intensificaram as seleções desde outubro, impulsionadas pelo aumento do fluxo de consumidores esperado para o Natal e Ano Novo. Os setores que devem liderar as admissões temporárias, segundo ele, são varejo de moda, calçados e presentes; supermercados e atacarejos; farmácias; logística; reposição e estoque, com oportunidades para atendimento ao cliente e operadores de caixa.

Entre os desafios para as contratações, ele destaca a falta de trabalhadores para contratos curtos, a necessidade de treinamento rápido e a disputa por mão de obra. “Também é comum a falta de candidatos preparados para o atendimento direto ao público”, complementa.
 
 Para os interessados em uma vaga, ele reforça a importância do currículo atualizado, disponibilidade de horários e interesse em aprender rápido. “Candidatos com agilidade e boa comunicação têm grande chance de efetivação após o Natal”, afirmou Martinez. O Sincomércio conta com o programa Talentos do Comércio (https://sincomercio.com.br/talentos-do-comercio/), que conecta gratuitamente candidatos e empresas da região.

Suzano
 
Em Suzano, de acordo com a ACE, a projeção é de crescimento nas contratações. A entidade estima cerca de 1,3 mil vagas temporárias na cidade, superando as 1,2 mil registradas no fim do ano passado, ou seja, uma alta de cerca de 8%. A entidade afirma ainda que a tendência local deve acompanhar o movimento previsto pela Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), que projeta 535 mil contratados no país. Na cidade, segundo a ACE, a indústria responde por cerca de 50% das vagas temporárias, seguida pelos serviços, com 30%, e pelo comércio, 20%. 

Assim como o Sincomércio, a entidade cita em nota a dificuldade dos empresários para encontrar profissionais com experiência em atendimento e a resistência de parte dos candidatos para atuar à noite e nos fins de semana. A orientação da ACE é que os currículos dos interessados sejam objetivos e que os empresários deixem claras as funções e mantenham a supervisão contínua.

Mogi
 
Já a Associação de Mogi avalia que as contratações na cidade não devem atingir a totalidade de oportunidades ofertadas. "A expectativa dos lojistas mogianos é de preencher cerca de 20% das vagas temporárias disponíveis, índice considerado baixo para o período, mas ainda assim superior ao dos demais municípios do eixo Suzano–Itaquaquecetuba–Ferraz”, afirmou a presidente da ACMC, Fádua Sleiman. Ela destaca que a maior procura por trabalhadores está nos setores de hipermercados e supermercados, sendo 49,42%; vestuário e calçados, de 22,58%, e utilidades domésticas e eletroeletrônicos, de 16,82%. 

Assim como para as outras entidades, Fádua aponta entraves para contratação, que incluem alta rotatividade, falta de qualificação específica e dificuldade de encontrar candidatos dispostos a trabalhar em horários flexíveis, especialmente aos fins de semana e feriados. A presidente afirma que candidatos com experiência — mesmo que informal — boa comunicação, cursos rápidos de vendas e flexibilidade tendem a se destacar.
 
 Vendas de fim de ano 

Mesmo com os desafios das contratações, as entidades projetam movimento positivo nas vendas deste fim de ano. O Sincomércio trabalha com três cenários proporcionais ao faturamento nacional de R$ 72,71 bilhões, estimado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para o Natal de 2025: o conservador prevê R$ 363 milhões para o Alto Tietê; o moderado, R$ 727 milhões; e o otimista, R$ 1,09 bilhão. Martinez afirma que fatores como o pagamento do 13º salário, eventos natalinos e a ampliação do horário do comércio sustentam expectativa de um crescimento real em relação a 2024.
 
A ACE Suzano também tem uma avaliação otimista e projeta vendas superiores às do último Natal, assim como a ACMC, que estima crescimento entre 10% e 12% no comércio mogiano. A entidade de Mogi acredita que o setor será impulsionado pelo fluxo de consumidores no Centro e pelo avanço do e-commerce, que amplia as compras híbridas — feitas online e retiradas na loja.