Para marcar o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado na última quinta-feira, dia 28 de julho, o Ministério da Saúde lançou, em Brasília (DF), a campanha nacional de prevenção e conscientização contra a doença e atualizou os dados na nova edição do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2022. O boletim, que consolida as notificações das hepatites A, B, C e D, tem o objetivo de contribuir para as tomadas de decisões e definições de estratégias de enfrentamento em todo o País.

De 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D. Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C (76,2% do total de óbitos por hepatites virais). Em todos os casos, de acordo com o ministério, as notificações de casos apresentaram queda nos últimos anos. A Hepatite A, por exemplo, apresentou redução de 95,6% entre 2011 e 2021.

Existem maneiras efetivas de diagnosticar precocemente e tratar com antivirais, segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. As hepatites B e C são as principais causas de doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular (câncer). Dessa forma, a carga de doenças resultante das hepatites virais representa uma questão importante para o Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a Pasta.

A maioria dos casos não apresenta sintomas até que a doença esteja em estágio mais avançado, o que pode levar décadas para acontecer. O SUS disponibiliza testes rápidos para hepatite B, que, por meio de uma gota de sangue, conseguem identificar a presença da infecção. Ainda não há medicamentos capazes de curar a infecção pelo vírus da hepatite B, mas os fármacos atualmente disponíveis corroboram para o controle da carga viral e da evolução da doença.

Entre as medidas preventivas, estão não compartilhar objetos perfurocortantes (seringas, agulhas, alicate de unha, agulhas etc.) e não passar por procedimentos invasivos (hemodiálise, cirurgias, tratamentos dentais, confecção de tatuagem) sem os devidos cuidados de biossegurança.