O bacalhau não é mais o favorito para compor a mesa do almoço da Sexta-Feira Santa. Isso porque, com a crise e a alta do dólar, o preço disparou e as pessoas estão pesquisando bastante antes de comprar. A situação, inclusive, fez com que muita gente buscasse outras opções para o tradicional almoço de amanhã. As peixarias da região já estavam cheias nesta semana, mas as pessoas procuravam mais por peixes frescos. Já nos supermercados, alguns consumidores ainda pesquisavam o preço do bacalhau.
A vendedora Eliete Sousa, de 45 anos, já começou os preparativos para a Sexta-feira Santa, porém, ainda está em busca de economia. "Não vai faltar, mas estou procurando o mais barato".
A dona de casa Patrícia Correa Silva, 21, também procurava economia e eliminou o bacalhau da lista. "O preço está bem salgado, não só do bacalhau. Mas acabei comprando a corvina", avaliou. "Este ano está mais caro do que em 2015. E eu pesquisei bastante", disse.
Para o agricultor Sérgio Kuroiwa, 44, não pode faltar peixe na Semana Santa, mas ele também deu preferência para outras espécies. "Com essa crise eu não estou procurando o bacalhau", contou. "Gosto muito de pescada branca e sardinha e é o que vou levar", revelou.
Nos mercados e atacadistas, a preferência de alguns consumidores ainda era o bacalhau. E depois de muitas pesquisas de preço, a aposentada Maria das Dores Souza de Lima, 60, conseguiu encontrar o peixe até 17% mais barato, em Suzano. "Pesquisei e vi o bacalhau por até R$ 47 o quilo. Agora consegui o mais barato, por R$ 39,90", avaliou. Ela ainda destaca que o bacalhau é tradicional e que não pode faltar na mesa da família, por isso, tem uma estratégia para economizar ainda mais. "Minha família é muito grande, tenho dez netos e cinco genros. Então dividimos. Eu vou levar um pouco de bacalhau e minha filha também vai comprar outra parte. Assim não fica pesado para ninguém", disse.
Para o proprietário de uma peixaria, em Suzano, o movimento aumentou este ano e a expectativa para o faturamento é positiva. "As vendas serão 20% maiores do que as de 2015, neste período", apostou Marcos Valverde. Ele ainda disse que, a partir de hoje, a procura vai movimentar ainda mais a peixaria. "Muita gente deixa para última hora. E as pessoas estão dando preferência para os peixes frescos".