A síndrome do impacto do ombro se caracteriza pela compressão de tecidos moles que se localizam entre estruturas ósseas. O impacto mais comum no ombro é o impacto subacromial. É no espaço subacromial onde estão os tendões do manguito rotador e a bursa, que podem ser comprimidos entre o acrômio e a cabeça umeral, principalmente quando se faz o movimento de elevação do braço. 

Estima-se que 16 a 30% da população acima de 30 anos já tenha sentido dor persistente no ombro em algum momento da vida, e as causas mais comuns de dor são lesões do manguito rotador e síndrome do impacto. O pico de incidência da dor acontece ao redor dos 65 anos. A síndrome do impacto pode ocorrer devido a uma diminuição do espaço subacromial (sequelas de fratura, calcificações, formato anatômico do acrômio) ou devido ao desequilíbrio muscular da região da cintura escapular. 

Dor em ombro e braço sem história de trauma local, que piora ao elevar o braço acima da cabeça e ao deitar-se sobre o ombro. Tipicamente a dor se acentua à noite. O exame físico durante a consulta costuma confirmar o diagnóstico na maior parte das vezes. Mesmo assim, na avaliação de um paciente com suspeita de síndrome do impacto, os exames de imagem (radiografia ou ressonância magnética) auxiliam nos diagnósticos diferenciais e também para identificar as causas do impacto. Ainda através das radiografias, podemos avaliar o formato do acrômio, que tem papel fundamental no tamanho do espaço subacromial. Algumas outras medidas podem ser realizadas através das radiografias, e de acordo com o resultado, é possível determinar se há ou não sinais radiográficos de síndrome do impacto. A ressonância magnética (RM) também é utilizada na investigação diagnóstica do impacto do ombro. Além das informações ósseas que a radiografia proporciona, a RM determinará se há ou não lesão do manguito associada, bursite, calcificações, lesões da cartilagem e grau de comprometimento da musculatura da cintura escapular

O tratamento inicial é sempre conservador, com uso de antiinflamatórios, fisioterapia para reeducação postural e correção de movimentos que pioram os sintomas do impacto. Importante dizer que o tratamento com recursos fisioterapêuticos poderá demorar meses, mas de forma direcionada, com disciplina do paciente o resultado é bem satisfatório podendo evitar a cirurgia.

 

Dr. Luiz Felipe Da Guarda é fisioterapeuta e diretor científico ABRAPEFI - Associação Brasileira de Perícias Fisioterapêuticas   @abrapefi