Ainda hoje vivemos a ressaca de um período em que pudemos valorizar e torcer por atletas brasileiros nas mais diversas modalidades esportivas. Todos certamente vitoriosos por estar disputando entre os melhores do planeta. Assim foram os Jogos Olímpicos de Paris que terminaram no último domingo (11), mesmo sem o Brasil no topo do quadro de medalhas, tivemos conquistas importantes, principalmente com as mulheres, que devem ser reconhecidas. 

O protagonismo feminino foi mesmo o grande destaque dessa olimpíada. Das 20 medalhas brasileiras, 12 foram conquistadas por elas. O que dizer da ginasta Rebeca Andrade que fez valer seu favoritismo e todo o treinamento desde a infância na cidade de Guarulhos, vizinha da nossa região, e mostrou que é uma das melhores do mundo ao lado da americana Simone Biles. Com ela também, a equipe de ginástica conquistou um bronze por equipes, coroando o trabalho da geração atual e de quem veio antes, mostrando todo o potencial da modalidade. 

Também no judô, onde o Brasil tem tradição com medalhas, outra mulher vencedora. O ouro veio com Bia Souza, na categoria pesado (acima de 78kg). Uma inspiração para crianças e jovens de todo o país, não apenas meninas, mas aqueles que estão nas periferias, e almejam chegar onde nossas atletas chegaram. E é possível, mas ainda precisamos avançar muito, investir cada vez mais no esporte, nas mais diferentes modalidades. 

Quantos nomes não conhecemos apenas nas Olimpíadas? Atletas que se dedicam uma vida inteira, e com a luta de suas famílias, principalmente, vão além das categorias de base para alcançar o pódio no esporte de alta performance. E pensar que muitas vezes, eles dependem de vaquinhas para conseguir participar de uma determinada competição. 

Mais que o reconhecimento com medalhas, o esporte estimula a cidadania, a disciplina, a oportunidade para um tempo de qualidade fora das salas de aulas. É preciso investimento, é preciso ir além, e apoiar o esporte em toda sua grandiosidade, e nas mais diversas modalidades. Quem sabe assim teremos um desempenho ainda melhor daqui quatro anos em Los Angeles.