O filósofo francês Auguste Comte nos deixou como legado esse pensamento: "O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim". O amor deve ser sempre o princípio de todas as ações individuais e coletivas; a ordem é uma exigência para que se mantenha tudo o que é bom, belo e positivo; o progresso é a consequência do aperfeiçoamento da ordem. 

O lema "Ordem e Progresso", escrito na Bandeira Nacional do Brasil, foi idealizado quando se deu a proclamação da República em 15 de Novembro de 1889. A posse de um novo presidente da República, no primeiro dia do ano, nos enche de esperança que ele tenha amor à pátria e a sabedoria suficiente para tirar nosso país da desordem política, colocando no devido lugar as peças desiguais desse difícil quebra-cabeça dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário – havendo ordem se forma a imagem ideal do progresso. 

Três principais fatores negativos que contaminam os homens públicos e levam a sociedade ao caos: 1º. – o amor a si mesmo, egoísta, é a gênese da corrupção no poder. O eu acima dos outros é o caminho da injustiça, opressão e tirania. Governar para o egoísta é servir-se em vez de servir, é enriquecer-se com os bens da nação, é adorar-se em lugar de Deus.  2º. – o amor ao dinheiro. A Bíblia diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, quando em vez de senhor nos tornamos escravos dele. 

O dinheiro é um senhor perverso que nunca se satisfaz, sempre exigindo mais daquele que o tem e se faz servo, o qual com medo de empobrecer torna-se avarento. Ama as coisas e despreza seu semelhante e a Deus. 3º. - o amor aos prazeres. Na vitrine da sedução em Brasília temos festas, bebidas, drogas, jogos, aventuras, sexo, luxo, deleites, prazeres; as mordomias do pecado colocam essas iguarias na mesa farta dos banquetes regados com a malignidade do azeite do mal. Sem Deus, dinheiro, sexo e poder levam à destruição a honra e a dignidade dos homens. "Ordem e Progresso", apenas um lema de bandeira? Ou um sonho irreal?

Mauro Jordão é médico.