BLAISE PASCAL (1623-1662), físico, matemático, filósofo e teólogo francês, influenciado por Santo Agostinho, afirmou que há um vazio no formato de Deus no coração de todo homem, isso suscita a pergunta: "Então como preenchê-lo?". O diálogo pela verdade no campo religioso como político, firmado na moral e na ética,  compartilhado em sabedoria, experiência e conhecimento ajudou no passado o homem, com estas ferramentas, a desvendar mistérios e segredos em benefício do relacionamento humano na luta contra a guerra, a fome, a peste e a morte.

Jesus, após a ressurreição, ordenou aos discípulos: "Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, quem, porém, não crer será condenado". Marcos 16: 15-16. Há liberdade para o homem, enquanto viver, de escolher entre salvação ou perdição, dependendo do toque do Espírito Santo que o convence de estar separado de Deus, pelo pecado, e que necessita crer na cruz de Cristo. Há um deserto no coração do homem da única verdade, Jesus Cristo, nesta era de pós-modernismo.

O movimento existencialista de Sartre proclamado após a Segunda Guerra Mundial, afirma não haver uma única verdade e, sim, cada um tem a sua própria verdade. Afirma, ainda mais, que a verdade de Cristo tem valor igual a qualquer outra verdade, pois tudo é relativo. O sujeito pós-moderno é um produto cultural do meio, não tem individualidade e nem o conceito de um Deus pessoal.

O ser humano é apenas o que a sociedade deseja que ele seja. Perdeu-se a pretendida autonomia do homem moderno guiado pela razão; suas emoções e sua interpretação de si mesmo, assim como as suas ações que eram antes defendidas pela sociedade. Esta redefinição pós-moderna do sujeito produziu o ambiente propício para negação da culpa e da responsabilidade pessoal. Como ser social deixa de ser "réu" dos seus atos e decisões para tornar-se "vítima" da sociedade injusta na qual vive.

Mauro Jordão é médico.