No dia 25 do corrente mês, o caderno “Política” do UOL, estampou a seguinte notícia: MPF cobra R$ 900 milhões de 10 cidades do Maranhão, por supostas fraudes na educação. 

Creio ser importante que, toda vez que nos deparamos com essas notícias de corrupção, verificarmos nas mãos de quais partidos estão esses municípios. Quem administra essas cidades.

Nesse caso do Maranhão, dessas 10 cidades, a distribuição por partidos é a seguinte: PSC uma, MDB uma, PDT duas e PL, partido do Valdemar da Costa Neto e do Bolsonaro seis. Ao todo, dez ações civis públicas foram movidas a partir de abril e cobram o prejuízo causado pelas supostas matrículas falsas.

Num país onde a educação carece tanto de investimentos, essas administrações fraudarem matrículas de alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) para aumentar repasses recebidos do governo federal, é lamentável.

Mas isso não ocorre só no Maranhão. Em outros estados brasileiros isso acaba se repetindo. Seja na educação, na saúde, na assistência social, essas práticas se repetem. 

Como resultado de uma ação do TCU (Tribunal de Contas da União), foi apontado um prejuízo potencial aos cofres da União de R$ 34,2 bilhões em 2023 com o pagamento do Bolsa Família a beneficiários irregulares. Essa auditoria operacional realizada por técnicos da Corte encontrou 4,7 milhões de famílias recebendo o benefício indevidamente. Cabe lembrar que são a responsabilidade dos cadastros daqueles que vão ser beneficiados fica a cargo das prefeituras. 

Nos últimos quatro anos, o estado de Santa Catarina somou ao menos 27 prisões de gestores públicos. Eles foram detidos em ações do Ministério Público e da Polícia Civil. Os partidos que tiveram mais prefeitos presos foram MDB com oito, PL e PP com cinco, PSD com três. Outros quatro são também de partidos de direita, e apenas um era de um partido de esquerda, que era prefeito pelo PT.

O governador bolsonarista de Roraima foi cassado em janeiro deste ano pela terceira vez. E só para não deixar cair no esquecimento, o estado do Rio de Janeiro já acumula um histórico de sete governadores investigados por corrupção, todos conservadores, cidadãos de bem.

Neste ano teremos eleições municipais. É absolutamente necessário que as pessoas votem com critério. A história de cada candidato deve ser levada em consideração na hora da decisão. 

 

Afonso Pola (afonsopola@uol.com.br) é sociólogo e professor