A evasão escolar está entre os maiores problemas da Educação, que se agravou após a pandemia, quando muitos estudantes foram excluídos do processo formativo e abandonaram a jornada escolar. Estes casos foram evidentes no Ensino Médio, ciclo em que muitos jovens trabalham, escolhendo esta opção ao invés da escola. 

Um agravante que carece de ações emergentes, afinal, a educação é um direito de todos, e o nível básico – formado pela Educação Infantil e os ensinos Fundamental e Médio – é obrigatório. No entanto, ainda existem mais de 1 milhão de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola. É o que revela o Ministério da Educação, que planeja propostas em conjunto com as instâncias regionais, estaduais e municipais para resgatar esses estudantes. Os motivos para o abandono, seguido da evasão, são diversos, e a maioria associados a questões socioeconômicas.  

Uma pesquisa realizada pela Firjan Sesi em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) evidenciou que, quanto mais vulnerável for a população, maior será a evasão. Para se ter uma ideia, apenas 46% dos alunos da camada mais pobre do Brasil concluem o ensino básico. E muitos deles param nos ciclos finais. A cada ano, 500 mil jovens maiores de 16 anos abandonam a escola no Brasil.  

Manter os alunos matriculados contribui para o monitoramento da educação básica. Segundo especialistas, presença, permanência, aprendizagem e desigualdades devem ser acompanhados para colaborar para um indicativo do nível educacional dos estudantes. Muitas ações devem ser realizadas para a formulação de políticas que assegurem esse direito às populações vulneráveis. São eles os mais prejudicados, e os que necessitam de incentivos para acreditar na potência da educação para melhorar as condições socioeconômicas e, sobretudo, transformar suas realidades. 


Suéller Costa (sueller.costa@gmail.com) é jornalista, pedagoga, educomunicadora e pesquisadora. Doutoranda em Educação (FEUSP). Mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP). Especialista em Educomunicação (ECA/USP). Sócia da ABPEducom e APEP. Idealizadora do Educom Alto Tietê. Redes sociais: @educomaltotiete; @suellercosta