O transporte ferroviário do Alto Tietê poderá se transformar em um dos melhores e mais rápidos do Brasil nos próximos 30 anos se o governo do Estado realmente executar projeto previsto na concessão das linhas  11 – Coral e 12 – Safira. Novas estações, reforma das atuais, reconstrução das que já estão obsoletas, intervalo de 3 minutos entre os trens e o sonhado fim das passagens de nível em Mogi são algumas das promessas feitas nesta semana pela gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante as audiências públicas realizadas em São Paulo, Guarulhos e Mogi.

A riqueza de detalhes e investimentos chamam a atenção. O projeto do Lote Alto Tietê enche os olhos de quem vê, mas, como diz o ditado, “quando a esmola é demais o santo desconfia”. A região já lutou muito por melhorias, especialmente Mogi, que aguarda há mais de duas décadas pela reforma de suas estações e pela chegada da linha até César de Souza. Por isso fica difícil acreditar que tudo isso sairá do papel.

E se sair, quando as melhorias se tornarão realidade de fato? Qual o prazo para a construção das estações, para a expansão das linhas, para a substituição das passagens de nível por passarelas e viadutos? Teremos que aguardar até 30 anos, que é o prazo da concessão?

Ainda assim, o projeto estadual parece vantajoso para a região, ainda que muitas pessoas presentes na audiência tenham se manifestado contra a concessão. Os vereadores mogianos Iduigues Martins (PT) e Inês Paz (PSOL) são dois exemplos. Para eles, o governo do Estado atesta sua incapacidade de gestão ao terceirizar os serviços do transporte ferroviário. A preocupação com o corte de empregos também foi levantada.

O fato é que, assim como no caso da concessão das rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, que receberão pedágio, o Estado não pretende recuar. A concessão se tornará realidade e caberá aos gestores, que em grande maioria sequer participou da audiência, cobrar as melhorias e investimentos previstos no projeto.