Seja na pessoa física, jurídica ou pública, ter maturidade sobre qual é o seu espaço e o do outro, não é para qualquer um. De crianças à marmanjos, o comportamento é observável no relacionamento familiar e social. Se o indivíduo for narcisista sem terapia em dia, então a guerra está proclamada para puxar um tapete, ou ainda, jogar uma bomba no quintal do vizinho.

A quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), definiu o transtorno de personalidade como um padrão persistente de experiências internas e de comportamento, que se desviam da cultura de uma pessoa. O padrão é inflexível: começa na adolescência ou no início da idade adulta e é estável ao longo do tempo. 

É um problema de saúde mental por sensação de superioridade, necessidade de ser admirado e falta de empatia. Há estudos e debates sobre se há cura ou não, mas o consenso de alguns especialistas apresenta que tratamentos assertivos podem aliviar o sofrimento, e possibilitar mudanças de comportamento. 

Esse conceito patológico me veio à tona, após observar uma similaridade na conduta de alguns atores políticos com esse ano eleitoral. Além de notícias falsas nas redes sociais, em nossa região, por exemplo, já começa a aparecer nas residências, jornais impressos sem a análise de dados pautados em fontes verificadas, no que refere acusar uma pessoa pública ou governo municipal.

É nítido que os conteúdos distribuídos dessa natureza, é mais um amontoado de opiniões falsas, com o intuito de enganar o leitor que não tem o olhar técnico da informação e favorecer o próprio ego. Atuando com o comportamento pernicioso da mentira, os “Narcisistas do Fake News” estão à solta e sem a preocupação da ciência de governar. 

Querer poder, se sentir importante e enganar, não deveria ser uma ferramenta para atuar em um processo democrático que envolve o outro, e não o eu.  Enquanto isso, o  povo toma remédio para baixa autoestima...


Marcelo Barbosa é jornalista, pedagogo e psicanalista. Autor da trilogia “Favela no Divã” e “A vida de cão do Requis”.