Ninguém nega que os livros são importantes, que auxiliam o desenvolvimento da fala, das ideias, que podem ser utilizados para um senso analítico e crítico, que a arte da palavra escrita em um objeto retangular é uma das conquistas da humanidade, “piriri, parará” etc. Agora, se os livros são tudo isso, por qual motivo ele é tão menosprezado na atualidade?

Diversas pesquisas apontam que menos da metade da população brasileira, lê algum livro. Entre nós, ou aqueles que conhecemos, encontramos pessoas que há mais de um ano não lê ou estuda um livro inteiro. Pra quê tê-lo? Qual o sentido de ter uma biblioteca pública cheia de livros, se as pessoas não querem ler? Por que precisamos de livros? Se alguém quiser esse fim, deixo uma sugestão.

O livro Fahrenheit 451, do escritor e roteirista americano, Ray Douglas Bradbury (1920-2012), é uma obra de ficção científica que fala sobre uma ditadura de uma sociedade em que é proibido ter qualquer tipo de literatura. Com duas adaptações ao cinema, uma do ano de 1966, do diretor francês François Truffault, que eu particularmente prefiro pelos efeitos especiais da época e por retratar a ideia original do conteúdo, e outra de 2018, tem como protagonista o ator Michael B. Jordan.

Na ficção, os bombeiros têm a função de queimar livros e prender qualquer indivíduo com obras literárias. Qualquer tipo de impresso e até utensílios com tintas são censurados. Com uma conduta até de investigadores, os bombeiros invadem casas e encontram vários “rebeldes” com livros escondidos e até grandes bibliotecas. A justificativa é que os livros são perigosos e as pessoas não podem ter o direito de interpretar ideias. Alerta de spoiler: A obra termina com “os rebeldes” memorizando os livros para não deixar morrer essa arte…

No último dia 23 de abril, foi comemorado o Dia Mundial do Livro, data da Unesco para celebrar o livro, incentivar a leitura e homenagear autores. O intuito? Não deixar morrer essa arte.

 

 Marcelo Barbosa é jornalista, pedagogo e psicanalista. Autor da trilogia “Favela no Divã” e “A vida de cão do Requis”.