As diversas tragédias ocorridas por fortes chuvas se aplicam sobre as causas naturais do fenômeno da própria chuva de verão para este período – ar mais quente, rapidez no armazenamento do vapor em larga escala etc., além é claro, das ações humanas – engenharia das cidades,  impermeabilização de solo, ocupação irregular de terras, destinação incorreta de lixo, entre outros.

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A Teoria do Caos, um campo de estudo em matemática, com aplicação em várias disciplinas, trata em geral, que pequenas mudanças em um determinado evento podem desencadear alterações drásticas, imprevisíveis e caóticas, conforme a própria palavra “caos”, desordem e perturbação.

Nesse sentido,  jogar lixo no chão com frequência por um determinado número de pessoas tem a probabilidade de fechar um bueiro e causar inundações. Os barracos construídos sem permissão em um morro podem modificar a estrutura do solo, que com a quantidade de ventos e chuvas, favorecem o deslizamento. 

O determinismo psíquico da psicanálise, outra teoria, apresenta que na mente, assim como na natureza física que nos cerca, nada acontece por acaso. Cada evento psíquico é determinado por aqueles que o precederam. Por exemplo, esquecer ou perder alguma coisa, é uma experiência comum na vida cotidiana. No entanto, uma completa investigação de muitas dessas “casualidades”, realizada por psicanalistas nos últimos anos, mostram que, de modo algum, elas são tão acidentais quanto o julgamento popular as considera. 

Já na natureza física, os agentes políticos que não investirem em planejamento urbanístico inteligente terão os mesmos locais de alagamentos vulneráveis, e por fim, não fazer mudanças durante o ano, se repetirá em um momento inoportuno, as mesmas mazelas ambientais, da qual não podemos chamar de acidente.

 

Marcelo Barbosa é jornalista, pedagogo e psicanalista. Autor da triologia “Favela no Divã” e “A vida de cão do Requis”.