O Protocolo Não se Cale, aprovado na sessão de ontem (6) na Câmara de Mogi das Cruzes, como destacamos na edição de hoje, é de suma importância para a criação de ambientes mais seguros para que mulheres possam aproveitar seus momentos de entretenimento e lazer em bares, restaurantes, casas noturnas e nos mais diversos tipo de evento. 


Infelizmente ainda temos uma parte dos homens que não veem na mulher uma outra pessoa, que como ele tem direitos e pode estar sim onde quiser, com quem quiser e com a roupa da sua escolha. 


Pesa sobre as mulheres muitos julgamentos e, quando ocorre uma situação de violência, as perguntas ainda giram, não raramente como gostaríamos, mesmo entre profissionais da força pública de segurança e até mesmo do Judiciário, no que ela teria feito para provocar aquela situação, no que estava vestindo, como estava se comportando. 


Felizmente é uma cultura que vem mudando, mas ainda são muitos os desafios. Aí estão os muitos casos de estupro e feminicídios que reafirmam o perigo a que às mulheres estão sujeitas, por vezes apenas por serem mulheres. 


Quando se fala que o lugar de mulher é onde ela é quiser, parece um lugar comum, mas não é. É algo que precisa se tornar uma realidade, pois ainda há quem não pense assim. Por anos, foram muitos os limites impostos como a impossibilidade do voto, direito que só foi conquistado em 1932, e até mesmo o futebol era vetado para jogadoras. Um decreto de 1941 determinava que elas não poderiam praticar esportes que fossem “incompatíveis com as condições de sua natureza”. 


É fundamental não se calar, poder ter um espaço seguro não apenas para a denúncia de violência, como para  a criação de novas oportunidades de crescimento pessoal e profissional. 


Não se trata de sobrepor um gênero ao outro, mas de seguirmos, juntos, homens, mulheres e todos que formam nosso grande país. Precisamos encontrar formas de somar forças, de cada um ter sua voz ouvida e poder contribuir a sua maneira para um desenvolvimento justo e sustentável do país.