Nosso coração bate cerca de 100 mil vezes por dia, bombeando sangue para todas as células do nosso corpo. Em um ano somam-se aproximadamente 35 milhões de batidas e 2,5 bilhões durante um tempo médio de vida. A ciência médica nos revela que cada contração se assemelha ao esforço que fazemos ao apertar uma bola de tênis na palma da nossa mão. Nenhum motor construído pelas mãos do homem poderia durar tanto tempo quanto nosso coração de carne modelado pelo Criador, alguns longevos o tem funcionando até 120 anos. 

📲Siga nosso canal de notícias no Whatsapp e fique por dentro de tudo em tempo real!!


Desde a antiguidade atribuiu-se, também, a esse órgão o status de centro da vida afetiva, cognitiva e metafísica do ser humano. O cérebro tem, além das funções neurofisiológicas, a responsabilidade pelas ações ditadas pela razão, ao pensamento e à inteligência, sendo despojado de funções ligadas aos sentimentos e emoções. O coração é o mundo romântico dos poetas, dos músicos, dos sacerdotes e dos manipuladores políticos. As cartas apaixonadas de Cyrano de Bergerac escritas para sua prima, à quem não se declarava devido envergonhar-se do seu enorme nariz, eram lidas pelo jovem Cristiano, também pretendente, como declaração de amor à Roxane. O amor fala mais alto que a razão. 

O professor Dov Seidman faz essa pergunta: "As máquinas podem competir com pessoas na atividade de pensar? O que faz de nós, humanos, seres únicos? E o que nos permitirá continuar criando valores sociais e econômicos?" A resposta ele nos dá ao dizer que existe uma coisa que as máquinas e os robôs jamais terão: um coração afetivo. Ele diz  que há coisas que só o coração pode fazer. Humanos podem amar, ter compaixão, sonhar. Mesmo agindo sob medo e raiva, podem, também, inspirar grandes coisas e ser virtuosos. 

Embora máquinas consigam interagir confiavelmente, só humanos podem estabelecer profundas relações de confiança. A revolução tech ao somar o trabalho manual do homem ao das máquinas produz coisas extraordinárias, ungidas, na busca do bem estar humano, pelos valores que brotam do coração.

 

Mauro Jordão é médico.