O ano vai finalmente dando sinais que será oficialmente iniciado depois da parada do carnaval, e segue, infelizmente sem novidades. As fortes chuvas características do verão continuam causando os prejuízos de sempre, com queda de árvores e pontos de alagamento. Por mais investimentos que sejam anunciados em sistemas de drenagem, limpeza de rios, bueiros e córregos, e outras medidas relacionadas, parecemos cada vez mais distantes de uma solução definitiva. 


Tudo se mostra paliativo diante das chuvas cada vez mais fortes, por vezes em curtos intervalos de tempo. Alguém poderia dizer que os riscos são menores, menos pessoas são afetadas, mas toda vida merece respeito,. Como consequência das chuvas da última terça-feira (13), temos um casal em Suzano que até o início da tarde de ontem estava desaparecido, após ter o carro arrastado por uma enchente no bairro Chácaras Nova Suzano. A água da chuva se revela cada vez mais forte e nos mostra que não estamos preparados para evitar situações como esta, que podem ter causado a morte do casal.


Claro que os governos enfrentam muitos desafios diariamente, e têm feito seus investimentos na medida do possível, mas como podemos não encontrar medidas efetivas para problemas que se repetem há anos, e só têm se agravado com a maior intensidade das chuvas em razão das altas temperaturas registradas com as mudanças climáticas?


As diferentes esferas de poder público precisam unir esforços. Temos como exemplo ainda São Sebastião, que este ano também sofreu com as chuvas, embora nada que se compare à tragédia do ano passado. E se o poder público não consegue encontrar caminhos possíveis sozinho, que busque auxílio técnico na sociedade civil organizada e esteja disposto a investir no que for recomendado. 


Todos temos o mesmo objetivo: ter um início de ano tranquilo, sem grandes transtornos, e principalmente mortes que poderiam facilmente ser evitadas, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade. O monitoramento é importante, mas sozinho está longe de ser a solução. É preciso investimento e vontade política para transformar essa triste realidade que marca o verão.