Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, disse que não é a operação Lava-Jato que vai salvar o Brasil da corrupção; há necessidade que cada brasileiro lute pela honestidade. Não são as leis que endireitam os maus caminhos do homem, é a convicção do erro, ou do pecado, que coloca o ser humano diante da encruzilhada do bem ou do mal, onde há de definir o lado a seguir.
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O político eleito assume o cargo público pelo voto direto e democrático do eleitor, seja ele digno, indigno, corrompido, esclarecido e ignorante. Há um pensamento que diz ser na escolha que mais erra nossa intelectualidade ao ficar muito confusa diante do certo ou do errado, e exemplifica: entre dez líderes apresentados para exercer o cargo de chefia o eleito com frequência é o pior do grupo. Escolhemos aquele que é menos intransigente, mais acessível e flexível, qualidades que nem sempre convergem com a moral e a ética exigida para o cargo. A chama da verdade na sociedade em que vivemos está menor, mais tênue e com pouco brilho, não nos capacitando discernir, com exatidão, se estamos sendo aprovados ou condenados.
Os marcos da estrada da vida que nos guiava na direção do caminho da justiça estão sendo retirados paulatinamente, e perdidos fazemos aquilo que melhor parece aos nossos próprios olhos. Arnaldo Jabor em uma de suas ácidas críticas diárias, pela mídia, falou que é fácil diferenciar quando o político corrupto diz a verdade ou não: se ele afirma que o que fala é verdade pode crer que é mentira; caso contrário, se diz que é mentira revela a verdade.
Hoje, os confessionários dos templos se tornaram peças decorativas, quando ainda existem. O que confessar se eu não vejo em mim nenhum pecado? Na verdade, para onde foi o pecado? Mesmo que a psicanálise busque apagar da mente humana o sentimento de culpa, ele continuará existindo normalmente como luz vermelha piscante que nos incomoda e nos alerta a fim de confessarmos o nosso pecado a Deus e obtermos a paz do perdão.
Mauro Jordão é médico.
