Anunciada já há alguns dias, a greve unificada, que paralisou ontem serviços essenciais de transporte e até mesmo a principal empresa responsável pelo abastecimento de água no Estado, trouxe muitos prejuízos a população, e é questionável seu mérito na disputa com o Governo do Estado contra a privatização dos serviços. 

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não fez segredo durante a campanha que tinha essa visão sobre a concessão dos serviços públicos à iniciativa privada. O que, embora propagandeado como garantia de melhorias, nem sempre é o que vemos, como evidenciam os problemas nas linhas administradas pela ViaMobilidade, em São Paulo.

É preciso sim um conjunto de ações para termos um transporte de qualidade, sem superlotação e paradas ou velocidade reduzida, sem qualquer explicação clara aos passageiros. Ações que podem começar com maior rigor na fiscalização da prestação de serviços, tanto das autarquias como da iniciativa privada, todos devem prestar contas do que estão oferecendo a população. 

Outro ponto fundamental são investimentos, em infraestrutura, em novos equipamentos, na ampliação do quadro de funcionários se for necessários, para que o transporte público atenda a demanda da população. 

Vivemos várias questões como a sustentabilidade e o apelo para redução dos carros nas ruas, mas como deixar o carro em casa sem um transporte que se mostre eficiente e seguro?  Como vamos contribuir para a melhoria da mobilidade nas cidades, e consequentemente para o ambiente, se o mais comum é enfrentarmos horas e horas em ônibus e trens lotados, até mesmo fora dos horários de pico?

São muitos os questionamentos e poucas as soluções apresentadas. Apenas a concessão pela concessão não resolve o problema, é urgente e necessária a devida fiscalização para que a empresa responsável invista na melhoria constante da qualidade dos serviços, no atendimento com dignidade a cada usuário do transporte.