O fantasma do pedágio nas rodovias Mogi-Bertioga e Mogi-Dutra vem se tornando cada vez mais concreto, ainda mais agora com a notícia que trazemos na edição de hoje que o edital de concessão das vias deve ser publicado pelo Governo do Estado no próximo mês. E até que ponto as quase 200 contribuições ao projeto serão levadas em conta? A impressão que se tem é que já não há muito o que fazer contra a medida, apenas trabalhar para que o impacto em Mogi das Cruzes e região seja o menor possível.

A mobilização contrária a cobrança vem sendo grande, tendo à frente o “Movimento Pedágio Não”, com apoio principalmente do prefeito de Mogi, Caio Cunha, e do deputado André do Prado, atual presidente da Assembleia do Estado de São Paulo (Alesp), que têm articulado reuniões e se manifestado contra a cobrança. Porém, parece distante uma vitória como ocorreu nos governos de João Doria e Rodrigo Garcia. 

A cada final de semana mais ensolarado ou agora com os feriados prolongados e proximidade das férias, o movimento nas estradas cresce, e o fluxo de carros impressiona e levanta a pergunta: será que as rodovias estão preparadas para tantos carros? Não demandam investimentos maiores do que os previstos? será que as concessionárias vão elaborar projetos com foco na segurança e mobilidade? 

Um dos pontos questionados são os poucos investimentos previstos nas rodovias, ainda mais na Mogi-Bertioga, que, segundo especialistas, apresenta sérios riscos, especialmente em períodos de chuva, como em fevereiro deste ano, quando o asfalto cedeu e a via foi interditada. Obras foram feitas, mas são paliativos comparado ao desafio que a rodovia apresenta. Aqui também devem ser levados em conta os prejuízos financeiros para quem depende do trajeto entre as cidades da região e o litoral. 

Que a mobilização se mantenha contra a medida, ou pelo menos, para reduzir seus impactos sobre a população de Mogi e do Alto Tietê, sem ruídos como tivemos recentemente entre a Câmara e o Executivo mogiano. É preciso unir esforços para que cheguemos a uma solução que seja a melhor para todos os envolvidos.