A anunciada separação da cantora Sandy e do músico Lucas Lima, nesta semana, na Internet, causou alvoroço e tristeza entre o público. Inúmeros fãs deixaram comentários nas redes sociais da artista, manifestando incredulidade com o acontecimento.  

"Eu não aceito!", "Não posso acreditar!", "Meu mundo caiu!", e até um "Lamento por essa tragédia!" foram algumas entre as diversas frases publicadas em reação ao divórcio.  

Sandy e Lucas estavam juntos há 24 anos - destes, 15 anos casados. Tempo considerável. Contudo, o sucesso de uma relação não se condiciona à eternidade. Vejamos: durou 24 anos, então, deu certo por 24 anos! É sobre isso!  

Separar é decisão corajosa e que envolve, também, organização. Ficar onde está, não se sentindo mais feliz, é um erro maior do que colocar um ponto final e dar uma chance ao recomeço. Mas o que nos chama a atenção, neste caso, não é somente a curiosidade das pessoas pela vida amorosa dos artistas, mas o motivo de se decepcionarem tanto quando ocorre uma separação. 

Essa decepção se dá pelo fato de que um ídolo é, muitas vezes, sinônimo de um ideal e é justamente essa idealização do perfeito, do conto de fadas, da família feliz, que, quando rompida, gera frustração e decepção. Daí, é comum o questionamento: "Como vou acreditar em amor?". 

Acreditar no amor é saber que tudo tem fim, pois somos finitos. É compreender que términos existem, e terminar uma relação não invalida a caminhada que duas pessoas construíram juntas.  

Existem amores intensos que duram uma semana. Outros vão até a morte. Uns são de almas gêmeas. E tem, ainda, os construídos a partir de um encontro no Tinder. A felicidade da duração de um relacionamento pode ser de mais de duas décadas, como foi o de Sandy e Lucas, ou bodas de diamantes – 40 anos. 

Em suma, o tempo não é o critério de um amor. O que vale é a intensa felicidade vivida, sem idealização. A vida real dos relacionamentos é essa: que seja eterno enquanto dure e que seja bom enquanto durou! 

 

*Dra. Luciana Inocêncio (luciana.inocencio@yahoo.com.br) é psicóloga e psicanalista; especialista em Transtornos Graves das Psicoses; em Psicologia Hospitalar e em Especialidades Médicas; e em Psicologia Clínica e em Teoria Psicanalítica.