Na terça-feira passada destacamos o caso que uma criança de 6 anos que foi brutalmente assassinada pela própria mãe em Salesópolis. Uma semana depois, e com grande revolta, voltamos a abordar o mesmo assunto, a violência contra vulneráveis. No último sábado, em Mogi das Cruzes, uma adolescente, de 13 anos, foi estuprada pelo cunhado em uma festa de família. Outra vez, o crime ocorreu em um ambiente que deveria ser de proteção.

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados, em 2021, 56,1 mil, casos de estupro e estupro de vulneráveis no Brasil. Um aumento de 3,69% em comparação com 2020, quando foram registrados 54,1 mil casos de violência sexual no país. O número que já é bastante expressivo, leva em conta apenas os casos que chegaram ao conhecimento das autoridades. Agora, imagine quantas crianças, adolescentes e mulheres estão sendo silenciadas e são obrigadas a conviver com tamanha crueldade?

Antigamente as pessoas saiam livremente às ruas, sentavam com liberdade em frente às residências, mas, de alguns anos para cá, essa liberdade tem sido gradativamente limitada e, atualmente, a população mal consegue ir ao trabalho ou ir estudar em segurança. Porém, quando falamos de lar, é uma palavra que automaticamente nos remete ao aconchego, a paz e ao descanso, porém não tem sido assim.

O crescente no número de casos de abuso sexual infantil vem em uma velocidade assustadora, tendo como autores em sua maioria responsáveis, pais, avôs, tios ou alguém muito próximo à família. Pessoas que podem ser 'taxadas' como confiáveis quando na verdade são verdadeiros vilões, não de histórias em quadrinho, mas da vida real. Gente que viola todos os princípios e destrói a infância, os sonhos e a inocência de uma criança ou adolescente. Isso, sem contar as consequências de um abuso como a gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis e o impacto psicológico.

O fato é que o abuso sexual pode causar traumas para a vida toda. Há punição prevista em lei para os autores, mas, muitas vezes, a prisão do criminoso não é o suficiente. A vítima precisa de apoio específico para conseguir seguir em frente.