No Dia da Pátria, se houvesse uma pesquisa, pouca gente diria que sabe existir "letra" na introdução da pauta musical do Hino Nacional: "Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever./Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante./ gravai com buril nos pátrios anais o vosso poder./Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante./Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz./ Cumprí o dever na guerra e na paz./ À sombra da lei, à brisa gentil./O lábaro erguei do belo Brasil./ Eia! Sus, oh, sus!"
A seguir a parte cantada: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas..." Em meio ao patriotismo exaltado em que vivemos, em época de eleição, se proclama os benefícios da direita e da esquerda, apontando de cada lado, o que não poderia deixar de acontecer, os malefícios que o adversário político pode trazer para o país, se eleito. Nesse tempo dedicado à campanha eleitoral, há uma busca sórdida de qualquer corrupção escondida se tornar pública a fim de enlamear a honra do concorrente, deixando de apresentar um projeto futuro de governo que traga reais soluções econômicas para a nação.
Do "Estadão" temos esses dados: de cada R$ 100 que a União gasta, mais de R$ 90 estão empenhados em despesas obrigatórias, como aposentadorias e salários de funcionários públicos, sobre as quais o presidente eleito não terá nenhum controle. Esse engessamento orçamentário irá impedir investimentos prometidos durante a campanha eleitoral.
A gangorra política oscila, pela tomada do poder, entre a direita e a esquerda. Atualmente, assistimos o avanço da esquerda pela eleição de Gustavo Petro, na Colômbia, ex-guerrilheiro do M-19, engrossando a chamada "maré rosa" - uma expressão criada pela própria esquerda para "romantizar" a ascensão em série de seus líderes na América Latina nos últimos anos. No entanto, como resumo da ópera, pode-se dizer que os governos da esquerda fizeram da Venezuela um Haiti, da Argentina uma Venezuela e, se bobear, farão do Chile, uma Argentina. E no Brasil se a esquerda vencer, como será?
Mauro Jordão é médico.