O professor Michel Temer foi um dos ícones dos cursos de mestrado e doutorado da PUC.
Fino no trato, elegante por natureza, e de cultura invejável, em salas repletas dedicava-se de corpo e alma a ensinar Direito Constitucional, debatendo os problemas nacionais a fundo.
Estampava-se em suas lições o viés de conduta ética, única saída para um País que já nos anos oitenta mostrava-se combalido.
Rejubilou-se o corpo discente quando resolveu, aliando a teoria à prática, adentrar à política, onde construiu carreira rápida, mercê de seus amplos conhecimentos.
Mas, passado alguns anos, os que conviveram com ele bem de perto começaram a notar as diferenças.
Tomado pelo fatídico jogo do poder, na esteira de FHC, parece ter-se esquecido das exaltações que fazia, rasgado os livros que pavimentaram seus caminhos de mestre.
Ingressou, desde então, nos tormentosos trilhos da falta de compostura, doença contagiosa que afeta ao político profissional nos arrastando, cada vez mais para poço sem fundo.
Pemedebista, como a maioria dos partidários da sigla, acomodou-se nas mamatas dos diferentes governos, usufruindo até não poder mais das benesses propiciadas pela proximidade dos mandatários maiores.
Ápice de sua busca insana pela glória, e escudado no peso político de sua agremiação, conseguiu costurar acordo que o gabaritou à Vice-Presidência da República.
Fiel partícipe nos momentos de glória da gestão, quando a popularidade do Executivo Federal batia recorde, seguindo modelo antigo de sua legenda, bastou a queda para abandonar o barco rapidinho.
A ética que proclamava ficou esquecida em um canto qualquer. Em seu lugar a falcatrua explícita, exaltada por órgãos de repressão que o investigam por inúmeras improbidades.
A moral ainda mais se denigriu, quando, em lamentável farsa, traindo a que nele acreditou, se arvorou em "Presidente da República Substituto" pregando indiscutível impedimento da atual mandatária.
Esse não é o Temer que conheci! Muito menos o que quero no poder!