O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), divulgou ontem, momentos após o discurso da presidente Dilma Rousseff (PT), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos, uma nota na qual reitera críticas "à insistência" de Dilma em "classificar como golpe o legítimo processo de impeachment a ela imputado". A nota foi divulgada, também na versão em inglês.
Segundo Cunha, não há "qualquer dúvida" de que a "tese de golpe e de que não há crime de responsabilidade (no processo de impeachment) não prospera" e que, portanto, as acusações direcionadas contra a presidente "são gravíssimas e levaram o País ao caos econômico, sem contar que atentaram contra princípios constitucionais importantes", diz a nota em meio a argumentações técnicas sobre os procedimentos adotados pela Câmara para aprovar a admissibilidade do impeachment.
O discurso da presidente repercutiu também no Senado. O senador Jorge Viana (PT-AC) classificou de elegante a fala de Dilma e considerou que a referência ao momento político do País foi sutil. "A presidenta foi elegante, foi uma grande estadista e fez uma sutil referência às dificuldades pela qual o Brasil passa".
Para o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), o discurso demonstra que ela teve "o bom senso de não enveredar por uma linha que noticiaram, que ela iria dar uma versão não correta (sobre o momento político do país) após ministros do Supremo Tribunal Federal terem mencionado que a fala de golpe seria uma afronta e uma agressão às instituições".