O ser humano é e sempre foi um ser dividido entre virtudes e defeitos. Não estou fazendo aqui uma proposição maniqueísta, onde a contraposição entre o bem e o mal impera de forma absoluta. Minha afirmação inicial tem por objetivo destacar que nós agimos e reagimos de acordo com motivações de ocasião.
Durante toda a história, a humanidade foi capaz de construir e destruir, produzir curas e doenças, promover o amor e o ódio sob as mais diversas justificativas. Em cada conflito bélico milhares e milhares de inocentes morrem em nome da busca por segurança para todos, inocentes ou não.
Por vezes somos solidários diante de tragédias que atingem muitos, mas normalmente somos indiferentes às muitas tragédias individuais que perambulam pelas cidades.
Os atentados terroristas na França e Bélgica são tratados com muito mais atenção e comoção do que atentados terroristas que ocorrem no continente africano, mesmo sendo os dois continentes habitados por seres humanos.
A humanidade testemunhou (com parte dela sendo conivente) a Inquisição, duas guerras mundiais e o holocausto. Foram eventos ilustrativos do tamanho da maldade que pode ser praticada por seres humanos contra outros seres humanos.
Os dias de hoje me causam preocupação, pois eles produzem em quantidade cada vez maior, fatos caracterizados pela exibição de um ódio mesquinho e mórbido.
Intolerância, discriminação e agressões povoam as redes sociais e começam a transpor o universo digital. Isso é muito preocupante, pois significa vários passos para trás na luta por uma sociedade democrática e livre.
O governador do Rio de Janeiro se licenciou do cargo para tratar de um câncer. Tal notícia deixou um rastro de comentários odiosos e mesquinhos. Pessoas, e é provável que muitas delas se declarem seguidores de alguma religião, manifestam sua torcida pela morte do mesmo.
Essas pessoas perderam a noção.