Na Copa realizada no Brasil, de triste lembrança em todos os sentidos, houve personalidade do mundo do futebol que se notabilizou por sua má educação e desrespeito inominável. 
Chamado a se manifestar sobre as obras então em andamento, o senhor Jérôme Valcke, em descortesia explícita para um convidado, verbalizou que o Brasil merecia um pontapé nos fundilhos por não cumprir o cronograma exigido pela imponente e soberana FIFA.
A ira despertada foi enorme havendo censuras, as mais veementes, em diversos órgãos de imprensa. Afinal, de alguma forma - mesmo que, defeito antigo, estejamos acostumados a resolver tudo em última hora -, o orgulho nacional havia sido ferido.
Por mais que se dissesse, no entanto, não se chegou ao extremo de descobrir-se a vestal de então, aceitando-se-a como "pessoa acima de qualquer suspeita". Em outras palavras, o então secretário-geral da entidade era criticado somente pelos seus maus bofes!
Nada como o passar do tempo, no entanto!
Descortinadas as falcatruas praticadas pelos próceres daquela entidade - que, trazendo nódoas sobre o País no concerto internacional, culminou na prisão de antigo e conhecido pilantra brasileiro - no intuito de sobreviver, a FIFA fez limpa interna, escurraçando o senhor Joseph Blatter, seu presidente, e, de sobra, porque envolvido em iguais trampolinagens, o seu fiel escudeiro, o parlapatão Valcke.
Sobre ele, após preliminar apuração, entre outras coisas se concluiu que concorrera para a venda de ingressos com ágio de 200%, locupletando-se do exorbitante lucro auferido.
Ele, que erguera o dedo para proclamar mazelas, de intocável nada tinha. Ao contrário, em expediente bem comum aos tempos modernos, era patife, corrupto por excelência.
A incursão pela seara ilícita - prática que por certo adotava há muito tempo - custou-lhe a demissão, correndo o risco de ser suspenso do esporte por mais nove anos. Defenestrado, pergunta-se: quem merecia - e tomou - um chute nos fundilhos, afinal?