A velha canção cantada no final do ano que acompanha o brinde, com taças cheias de esperança, do ano que vai nascer traz em sua letra a mensagem humanista do bem viver: "Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo/ Que tudo se realize no ano que vai nascer/ Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender./ Para os solteiros, sorte no amor,/ Nenhuma esperança perdida./ Para os casados, nenhuma briga,/ Paz e sossego na vida".
Bolso cheio de dinheiro e coração vazio de amor, de paz e de alegria não compra sentimentos, pode apenas ornamentar a aparência sem poder mudar o conteúdo. Bem viver é estar bem com a vida.
Na carta enviada aos Gálatas, o apóstolo Paulo escreve que nove são os gomos que perfazem o fruto do Espírito: do trono de Deus vem o amor, a paz e a alegria; no relacionamento com o próximo devemos ter longanimidade, benignidade e bondade.
O mundo apressado e impaciente em que vivemos está nos deixando cada vez mais descuidados com o nosso jardim interior. Longânimo é aquele que sabe regar com paciência as irritações e impertinências dos outros, e aprende a esperar sem se desesperar.
A benignidade ornamenta a mente daquele que busca com prazer promover o bem-estar do outro. Ser feliz é compartilhar a felicidade com alguém, egoísmo não faz ninguém ser feliz. Não se compartilha felicidade quando se está voltado para si mesmo.
Bondade é sentir e agir com misericórdia, isto é, colocar o coração na miséria do outro, como fez o bom samaritano. É fazer o bem sem discriminar e nem exigir mérito como condição de atendimento. Os últimos três gomos devem fazer parte do nosso caráter: fidelidade, mansidão e domínio próprio. Em Provérbios 28:20 está escrito que o homem fiel será cumulado de bens. Se você crê que Deus é fiel, seja você também fiel em seus compromissos para com Ele.
A mansidão abranda a tempestade da ira, desvia o furor, promove a paz. Ser manso, como Jesus disse ser, é ser pacificador e não pacífico. Domínio próprio é manter os limites da nossa liberdade sem jamais deixar-nos escravizar.