Não há dúvida que uma das obrigações do Poder Público é garantir um atendimento em Saúde com o mínimo de qualidade. Claro que a realidade que se constata em muitas localidades do Brasil é outra, em especial onde a população é mais pobre e menos favorecida.
Por esse motivo e pelo fato de o problema ser algo que se arrasta há anos, governo após governo, mudar a situação de forma célere, já que é urgente, se torna bastante difícil. Assim sendo, muitas autoridades decidem recorrer a outros meios para ajudar a sanar a questão. É muito comum observar terceirizações dos atendimentos em Saúde, seja por iniciativa federal, estadual ou municipal. Até mesmo em unidades grandes, como o Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, por exemplo, administrado pela Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Existem muitas queixas ainda, mas foi uma forma que o governo do Estado encontrou para garantir um serviço que tenha condições de dar conta da demanda local e regional.
Por parte das prefeituras também há exemplos, como em Itaquaquecetuba. Durante cerca de um ano, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Caiuby foi administrado por uma Organização Social (OS), o Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (Inase). O governo municipal e a entidade romperam o contrato que teria duração de quatro anos por causa da dificuldade econômica causada pela crise atual. Mas no período em que o serviço foi prestado, houve, de fato, uma melhoria na qualidade, atestada pela própria população usuária.
É pelo mesmo caminho - pelo menos um mais duradouro - que a Prefeitura de Poá quer seguir em relação ao Hospital Municipal Dr. Guido Guida. A expectativa é de que uma OS seja contratada em breve e que até novembro o atendimento na unidade passe a ser terceirizado. A intenção é conseguir uma economia de R$ 1 milhão por mês com a mudança. Atualmente, a manutenção do hospital custa R$ 43 milhões por ano para o município.
Somado a isso, a intenção da prefeitura é reorganizar o local e colocar ordem em uma série de problemas, tanto em atendimento como administrativo. Ainda mais depois que foi descoberto recentemente um esquema de pagamento irregular de profissionais por horas que não eram trabalhadas.
Se dará certo a tacada da Prefeitura de Poá, não é possível saber, só com o tempo. Mas se for possível economizar dinheiro público e melhorar e otimizar o atendimento ao mesmo tempo, certamente, o objetivo terá sido alcançado.