Como afirmei no último artigo, "De onde vem o mal?", que só existe um Criador, Deus, então é natural que surja essa pergunta: "Se Deus criou o mal, quem criou o diabo?".
Deus não criou o diabo, assim como Ele não criou Adão e sua companheira Eva decaídos. Antes de serem criados, eles eram modelos da perfeição.
Satanás, antes da expulsão do céu, a morada do Altíssimo, era o Arcanjo de magnífico esplendor, de grande beleza, pureza e inteligência. No céu nenhuma criatura se assemelhava a ele com essa aura de gloriosa honra e fulgor.
Usei de metáfora, na última publicação, ao comparar o mal, criado por Deus (Isaías 45:6-7), como um pequeno vidro contendo mortífero veneno, do qual toda criatura deveria se distanciar e jamais experimentar, porque causaria morte eterna. Infelizmente, o famoso Arcanjo, criado por Deus, destruiu seu caráter de santidade ao provar esse veneno da rebeldia, arrogância e soberba, que o fez desejar toda glória para si, tentando destronar Deus, liderando um terço dos anjos rebeldes que o seguiram, contaminados pelo mal (Isaías 14: 12-14).
Segundo a tradição da igreja, antes da queda, ele se chamava Lúcifer, que significa "Filho da Alva", "Estrela da Manhã" ou "Aquele que Brilha" (não temos esse nome nas páginas da Bíblia). O Arcanjo, que era de grande formosura, perdeu o brilho e foi lançado para a Terra com sua miríade de anjos rebeldes, chamados agora de demônios. Lúcifer se tornou o diabo, também chamado de Satanás. Como foi corrompido, adentrou o Jardim do Éden a fim de corromper o homem e sua mulher, feitos à imagem e semelhança de Deus em santidade, intelectualidade e vontade. Como enganador e pai da mentira, conseguiu o seu objetivo de induzi-los a comer do fruto proibido da Árvore da Ciência do Bem e do Mal. Sofrendo a queda, nossos primeiros pais também se tornaram rebeldes, inimigos de Deus e destituídos da graça. Só pela morte de Jesus na cruz restabeleceu-se, pela justificação, o pacto da graça, a vida eterna para os salvos em Cristo.